Afleveringen
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Georges Perec e Francisco Sá de Miranda são os dois autores escolhidos por Pedro Mexia para o terceiro episódio desta rubrica com sugestões de leitura.
Francisco Sá de Miranda nasceu em Coimbra, em 1481. Viveu em Itália entre 1521 e 1526, e trouxe de lá os géneros, as estrofes e metros da “medida nova”: as canções, as cartas, as éclogas italianas, as elegias, o decassílabo, o terceto, o soneto.
Pedro Mexia seleccionou alguns poemas de Sá de Miranda para o livro "Sá de Miranda, Antologia Inquieta", edição Opera Omnia, e destacou também a obra completa do autor editada pela Assírio & Alvim.
Georges Perec foi um destacado romancista, cineasta e ensaísta francês. Depois de estudos de Sociologia e História na Sorbonne, estreou-se com As Coisas, em 1965. O êxito A Vida – Modo de Usar (Prémio Medicis 1978) fê-lo dedicar-se exclusivamente à literatura. Em 1967, passou a integrar o OuLiPo, de Raymond Queneau, em nome da experimentação e da procura de novas formas literárias.
O livro As Coisas foi recentemente publicado em Portugal, numa edição da Antígona com tradução de Luís Leitão.
A partir dele, conversamos sobre a sociedade do consumo, o movimento OuLiPo, a forma como a literatura pode reflectir a sociedade e os movimentos sociais. Como costuma acontecer, a conversa visita muitos outros autores que, de uma forma ou de outra, dialogam com os que Pedro Mexia escolheu.
São referidos neste episódio: Alain Robbe-Grillet, Nathalie Sarraute, Michel Butor, Claude Simon, Samuel Beckett, Graham Greene , JamesJoyce, Joe Brainard, José Cardoso Pires, Roland Barthes , Pierre Bourdieu, Raymond Queneau, Italo Calvino, Jorge Luis Borges, Gil Vicente, William Shakespeare, Luís de Camões, Herberto Helder, Paul Celan , Catulo, Padre António Vieira, Ruy Belo, Alexandre O’ Neill, Jorge de Sena, Johann Wolfgang von Goethe, Friedrich Hölderlin, Friedrich Nietzsche, Dante Alighieri, Camilo Castelo Branco, StefanZweig.
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Ensaísta, romancista, poeta, professor, Helder Macedo nasceu nasceu a 30 de novembro de 1935, em Krugersdorp, na África doSul. Passou a infância em Moçambique e regressou a Lisboa com 12 anos, tendo mais tarde frequentado a Faculdade de Direito de Lisboa. Reside em Londres, onde foi Camões Professor of Portuguese e é Emeritus Professor no King’s College. Foi professor visitante em várias universidades, entre as quais Harvard, Universidade Federal do Rio de Janeiro, École des Hautes Études en Sciences Sociales e Universidade de Santiago de Compostela.
Em Portugal, foi secretário de Estado da Cultura no governo de Maria de Lourdes Pintasilgo. Em 2024 foi distinguido com o Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural.Acaba de lançar o livro de poesia "Corpos da Memória", edição Caminho.Nesta conversa, percorremos a sua biografia através da sua relação com a palavra. Primeiro, nos poemas que a mãe lhe lia ainda na infância ou os que começou a escrever ainda com 9 ou 10 anos; depois na descoberta da poesia de Mário de Sá-Carneiro através da sugestão de um explicador de matemática, para de seguida integrar do Grupo do Café Gelo onde, conta, aprendeu a recusa.
Através das escolhas que elege para o podcast, trazemos para a conversa alguns dos seus autores, aqueles que estudou, investigou e sobre quem escreveu ao longo da vida. Camões, Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, são alguns exemplos.
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Zijn er afleveringen die ontbreken?
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Nesta segunda parte do podcast com o pianista, compositor, poeta e tradutor João Paulo Esteves da Silva continuamos a conversar sobre alguns dos poemas de que mais gosta. Os seis poemas que integram este episódio foram traduzidos por João Paulo para a ocasião. Muito agradecemos esse cuidado.
Poemas:
1 - Renée Rivet- Borac, Os Velhos
2 - Dalia Ravikovitch, Três ou quatro ciclâmenes
3 - Mordechai Geldman, Sozinho também esta manhã
4 - Carlos Marzal, OXALATO DE CÁLCIO (CAC2O4)
5 - Fredrick Seidel,80. Em Cap Ferrat6 – Fredrick Seidel, França Agora
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João Paulo Esteves da Silva nasceu em 1961. É filho de mãe pianista, pai filósofo, e neto de dois pianistas pelo lado materno.
É professor da Escola Superior de Música de Lisboa na licenciatura em Jazz desde 2009, a par de uma carreira com muitos anos onde cabem inúmeras colaborações, em concertos e discos, com músicos nacionais e estrangeiros, e uma crescente aproximação e diálogo entre a música e outras artes, como a fotografia, o cinema ou o teatro para onde traduziu, por exemplo, Samuel Becket, August Strindberg, William Shakespeare ou Pier Paolo Pasolini.
Com os anos, vem também ganhando espaço o lugar da poesia, tanto como poeta como tradutor. Publicou até ao dia de hoje 11 livros, e traduziu vários autores como, por exemplo, Baudelaire, Valéry, Paul Celan ou Ingeborg Bachman. Além do francês, traduz do hebraico, inglês e castelhano.
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Djaimilia Pereira de Almeida publicou o primeiro livro Esse Cabelo, em 2014, e desde então mais 13. Os seus livros e ensaios receberam vários prémios, incluindo o Prémio Oceanos e o Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB 2024, e estão traduzidos em dez línguas.Nesta conversa, a partir de alguns dos poemas de que mais gosta, ficamos a saber, por exemplo, que já muito pequena escrevia poemas que depois mostrava na escola e ao avô, que na adolescência não só lia muita poesia como chegou a bordar uns versos de Alberto Caeiro na bata da disciplina de Técnicas Laboratoriais de Biologia, que chegou a roubar a página de um livro de Herberto Helder da Biblioteca da Universidade, tal era a necessidade de trazer consigo aquele poema.
São muitas as reflexões que surgem no decorrer desta conversa, e muitas as pistas para conhecer melhor esta autora que nasceu em Angola, em 1982, se mudou para Portugal aos 3 anos e encontra na escrita não apenas uma forma de fazer as pazes consigo mas também uma forma de tentar constituir o lugar de onde possa ter vindo, a sua própria família, ascendência e até herança.
Poemas:
1 - Manuel Gusmão, A Velocidade da Luz
2 - Herberto Helder – Tríptico (excerto)
3 - Sá de Miranda – Comigo me desavim
4 - Angélica Freitas – Rilke Shake
5 - José Luiz Tavares – Pela mão de Cesário
6 - Álvaro de Campos – Notas sobre Tavira
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No segundo episódio da rubrica Leituras com Pedro Mexia, conversamos sobre Djaimilia Pereira de Almeida e Dylan Thomas.
A partir da obra "Livro da Doença", edição Relógio D' Água, falamos de outros livros da autora e de outros autores.
Na conversa sobre Dylan Thomas, partimos do livro "Eu Vi o Tempo Assassinar-me, uma antologia", com tradução de Frederico Pedreira e edição Assírio & Alvim.
Neste episódio, e porque hoje é Dia de São Valentim, lemos alguns poemas de amor de poetas nacionais e estrangeiros.
São muitos os autores e as referências que aparecem nesta conversa, a propósito das escolhas de Pedro Mexia.
Rui Knopfli, Annie Ernaux, Michel Houellebecq, Fiódor Dostoiévski, Vladimir Nabokov, Philip K. Dick, Maria Velho da Costa , T. S. Eliot, W. H. Auden, Philip Larkin, Ted Huges, Sylvia Plath, Pablo Neruda, Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud, W. B. Yeats, José Régio, James Joyce, João Guimarães Rosa, Wallace Stevens, Ezra Pound, Federico García Lorca, FriedrichHölderlin, Friedrich Nietzsche, Luís de Camões, Alexandre O’ Neill, Paul Éluard, António Ramos Rosa, Mario Vargas Llosa, Francesco Petrarca, Dante Alighieri, Edgar Allan Poe, William Carlos Williams
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Na segunda parte da conversa com Inês Fonseca Santos, trazemos para a mesa poetas contemporâneos, e várias reflexões sobre o que se vai fazendo na poesia em Portugal.
O papel da arte e o tempo, este tempo tão acelerado em que vivemos, são outros dos vários temas abordados a partir das escolhas poéticas da nossa convidada.
Poemas segunda parte:
Luís Quintais, VII (Riscava a palavra dor no quadro negro)
Rita Taborda Duarte, Fechado para balanço
Tatiana Faia, Ganhar Balanço
Raquel Nobre Guerra, Frutos de Verniz
João Paulo Cotrim, monstro, eu?
Livro:
Um Dia na Vida de Abed Salama, Nathan Thrall. Tradução de Sara Veiga, edição Zigurate.
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Ainda antes de começar a ler, ouvia as palavras dos autores lidas em voz alta pelos avós. A avó lia-lhe ficção, o avô poesia. Alguns dos versos da sua vida serão estes de Álvaro de Campos: Come chocolates, pequena/ Come chocolates! / Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates./
Precisamente, Inês Fonseca Santos, escritora e jornalista, é viciada em chocolates desde criança e o avô, que lhe lia o poema Tabacaria, também lhe dava chocolates às escondidas dos pais.
Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mas encontrou encontrou o ambiente certo para se sentir em casa quando fez o mestrado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde estudou a obra de Manuel António Pina para fazer a tese de mestrado, poeta e jornalista de quem se tornou muito próxima.
Publicou vários livros de poesia e de literatura infantojuvenil, e gosta de privilegiar o contacto com a infância e o tal espanto inicial que vamos perdendo à medida que crescemos.
Poemas primeira parte:
José Fonseca Santos, Angola
Miguel Torga, Astúcia
Álvaro de Campos, Fernando Pessoa, Tabacaria
Manuel António Pina, Passagem
António Franco Alexandre, [Vi Roma arder, e neros vários]
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Gregório Duvivier nasceu no Rio de Janeiro, em 1986. Actor de teatro e cinema, escritor, poeta, humorista, criador com outros amigos do fenómeno A Porta dos Fundos, licenciou-se em Letras, talvez por ser antes de qualquer coisa um enamorado das palavras e das suas possibilidades.
Esteve recentemente em Portugal, um país onde se sente em casa e sobre o qual já escreveu até poemas, para mais uma peça de teatro chamada O Céu da Língua.
Neste episódio, conversamos sobre alguns dos poemas de que mais gosta, e sobre os assuntos que eles sugerem. O amor, o humor, a palavra, a poesia.
Poemas:
Vinicius de Moraes – Soneto da Fidelidade
Eugénio de Andrade – Adeus
Fabricio Corsaletti – Teu Nome
João Cabral de Melo Neto – Galo tecendo a manhã
Bruna Beber – quanto tempo falta para a gente se ver hoje
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Nesta nova rubrica do podcast "O Poema Ensina a Cair", Raquel Marinho recebe Pedro Mexia uma vez por mês para conhecer e conversar sobre as suas sugestões de leitura.
Neste primeiro episódio conversamos sobre Fleur Jaeggy, autora suíça que escreve em italiano e sobre Zbigniew Herbert, poeta polaco.
Fleur Jaeggy (n. Julho 1940) tem 2 livros publicados em Portugal pela editora Alfaguara - Felizes Anos de Castigo e Viagem no Proleterka , ambos traduzidos por Ana Cláudia Santos.
A poesia de Zbigniew Herbert (1924-1998) foi publicada recentemente no livro Poesia Quase Toda, editado pela Cavalo de Ferro, com tradução de Teresa Fernandes Swiatkiewwicz.
Ao logo desta conversa, e a partir dos autores escolhidos por Pedro Mexia, são mencionados vários outros autores.
Evelyn Waugh
Robert Walser
Saul Bellow
Truman Capote
Karl Ove Knausgård
Heinrich von Kleist
Franz Kafka
Ingeborg Bachmann
Machado de Assis
Fernando Pessoa
Wislawa Szymborska
Czesław Miłosz
Milan Kundera
Michel de Montaigne
Osip Mandelstam
Nadejda Mandelstam
Joseph Brodsky
Baruch Espinosa
T. S. Eliot
Rainer Maria Rilke
William Shakespeare
Harold Bloom
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Chama-se "O Desembarque das Ondas, Antologia para Ingmar Bergman", e é o resultado de um desafio da poeta Raquel Nobre Guerra a 72 autores portugueses para escreverem a partir da obra do cineasta sueco.
A edição é da Livraria Linha de Sombra, situada na Cinemateca Portuguesa, onde decorreu o lançamento em meados do passado mês de Dezembro; o prefácio de Luís Miguel Oliveira e o posfácio de Joana Matos Frias.
Estivemos lá. Conversámos com a antologiadora e alguns dos autores.
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Segunda parte da conversa com o músico e compositor Júlio Resende.
De Jorge de Sena a Mary Oliver, aproveitamos os poemas que escolheu para continuar a conversa sobre aquilo que o inquieta e o move, que tanto pode ser a poesia, como a ideia de servir os outros através da música.
Poemas Segunda parte
Jorge de Sena – nasceu-te um filho
Mary Oliver – O homem que tem muitas respostas
David Budbill – Os três objectivos
Bob King – Geologia
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Júlio Resende tem 42 anos, é um dos pianistas e compositores portugueses mais conceituados e reconhecidos.
Nesta primeira parte do podcast, e à boleia dos poemas que trouxe, conta da sua relação precoce com a música e o futebol - os primeiros amores - mas também da importância que a filosofia e a leitura têm no seu processo de criação e composição.
Poemas primeira parte:
Gonçalo M. Tavares – As Panelas
Gonçalo M. Tavares – O Adultério
Alexander Search - Was it just a kiss? Was it more than this?
Alberto Caeiro/ Fernando Pessoa – O meu olhar é nítido comoum girassol.
Vinicius de Moraes – Soneto da Fidelidade
Amalia Bautista – Ao fim
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José Tolentino Mendonça, poeta, sacerdote, professor universitário, teólogo, nasceu na Ilha da Madeira, em 1965, mas mudou-se para Angola quando tinha apenas 1 ano, onde viveu até aos 9. Já em Portugal, em 1976, entrou para o seminário pelos 11 anos de idade. Foi lá que tomou contactocom os livros, através de duas bibliotecas enormes que lhe permitiram tornar-se um leitor omnívoro e, simultaneamente, um adolescente que se apropria do mundo através das leituras. Foi também no seminário, ainda na adolescência, que escreveu os primeiros poemas.
Estudou Ciências Bíblicas em Roma e vive no Vaticano, ondeestamos, desde 2018, onde ficou responsável pela Biblioteca Apostólica e pelo Arquivo Secreto do Vaticano. Depois de ter sido nomeado Cardeal, em 2019, foi escolhido pelo Papa Francisco como Prefeito do Dicastério para a Cultura e aEducação da Santa Sé.
Publica poesia e ensaio regularmente. A Vida em Nós(Aforismos), edição Quetzal e O Centro da Terra, Assírio & Alvim, são os mais recentes livros publicados em Portugal.
Poemas:
1 - O Cântico dos Cânticos (Bíblia)
2 - Cântico Espiritual - São João da Cruz
3 - Canto XLV - Ezra Pound
4 – Marinha- Arthur Rimbaud
5 - Em Roma buscas Roma, ó peregrino! – Francisco deQuevedo
6 - Campo di Fiori - Czeslaw Milosz
7 - Míris: Aelxandria, 340 d.C - Konstantinos Kavafis
8 - Orla Marítima - Ruy Belo
9 - Não sei como dizer-te - Herberto Helder
10 - Arte Poética - Adília Lopes
11 - Missa das Dez - Adélia Prado
12 - O Verão Partiu - Arsenii Tarkovskij
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Episódio gravado ao vivo no Festival Utopia, em Braga.
José Luís Peixoto nasceu em Galveias, Alentejo, em 1974. Um lugar, o seu lugar, onde, como disse numa entrevista, “o céu é maior”; onde criou uma banda de música pesada com os amigos da adolescência chamada Hipocondríacos; onde começou a ler, os livros que o Sr. Dinis trazia mensalmente numa carrinha Citroen, que estacionava em frente à cooperativa, no terreiro da povoação.
Aos 18 anos mudou-se para Lisboa, para estudar Línguas e Literaturas Modernas, variante inglês e alemão, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova. A mesma universidade que lhe atribuiu recentemente o Prémio Alumni, na categoria de Humanidades.
É um dos autores portugueses contemporâneos de maior destaque, com obra ficcional e poética estudada em diversas universidades nacionais e estrangeiras, e traduzida em muitos idiomas.
É também amplamente premiado mas temos, talvez, de destacar o prémio literário José Saramago, em 2001, com o romance Nenhum Olhar.Poemas
Joaquim Cardoso Dias – O Vento
Margarida Vale de Gato – Primeira Canção da Planície
Paulo Lourenço – Quantas rosas são precisas para matar umhomem
José Mário Silva – Décimo quinto andar
e. e. cummings – Uma vez que sentir é primeiro, tradução de José Luís Peixoto
Lucille Clifton – desejos para os meus filhos, tradução de José Luís Peixoto
Mark Strand – Manual da Nova Poesia, tradução de José Luís Peixoto
Hal Sirowitz - A separação é difícil, Timing, Esta noite não, tradução de José Luís Peixoto
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Segunda parte da conversa com o jornalista, "tipo da rádio", Fernando Alves.
Os poemas são o chão de onde saímos para outros voos, onde nos cruzamos, por exemplo, com o verso de Manoel de Barros "poesia é voar fora da asa". E falamos desse voo da poesia, mas também, por exemplo, do voo da borboleta amarela do conto de Rubem Braga, ou do encontro de Fernando Alves com Agostinho da Silva num café, ou da casa onde viveu Sá de Miranda.
São muitos os apeadeiros por onde nos guia Fernando Alves, e muitas as possibilidades para a partir desta conversa sair daqui, do Spotify, à descoberta de outros mundos e lugares possíveis.
Poemas:
Ana Luisa Amaral - Que escada de Jacob? in Entre dois rios e outras noites
Wislawa Szymborska, Alguns gostam de poesia
Sophia de Mello Breyner Andresen, A conquista de Cacela, in Livro Sexto
Manoel de Barros, Uma didática da invenção, in O Livro das Ignorãças
Manuel António Pina, Junto à Água, in Um sítio onde pousar a cabeça
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O jornalista Fernando Alves lê Manuel António Pina, um dos poetas que escolheu trazer para o podcast.
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Habituámo-nos a ouvi-lo na rádio, todas as manhãs, reflectir sobre o mundo à nossa volta, o que vem e não vem nas notícias.
Fernando Alves, 70 aos, começou por escutar a“magia da rádio” ainda adolescente no Rádio Clube de Benguela, em Angola. Já em Portugal, esteve mais de uma década na RDP - Antena 1, antes de ajudar a fundar a cooperativa de onde haveria de nascer a TSF. Aosmicrofones dessa rádio, e ao longo de 35 anos, fez tudo menos relatos de futebol. É dele a frase “até ao fim da rua, até ao fim do mundo", que encerra uma espécie de tratado sobre uma certa visão do jornalismo.
De regresso à Antena 1, assina agora uma crónicadiária, de segunda a sexta, chamada “Os Dias que Correm”.
Tem uma relação precoce com os livros iniciada ainda em Angola, quando era adolescente, e uma admiração por alguns autores que veio a conhecer já em Portugal nos muitos caminhos da rádio. Herberto Helder é um deles, mas também, por exemplo, Fernando Assis Pacheco ou António José Forte.
Nesta primeira parte do podcast, conversamos sobre alguns dos poemas de que mais gosta e sobre os poetas, os seus mestres. Conta-nos que pode visitar de propósito um lugar por causa de um poema, ou até ler um livro de ficção nos locais onde a narrativa decorre.
Para Fernando Alves, que não sabe poemas de cor mas tem inúmeros versos que o acompanham pelos dias, os poetas são uma espécie de feiticeiros e "a poesia é como comer um cacho de uvas todos os dias, vais ali depenicar. Deixa-me ir ali depenicar um poema".
Nesta primeira parte, depenicamos 5 poemas:
Ruy Belo – Morte da Água
Herberto Helder – Fonte – No sorriso louco das mães
Daniel Faria – Sabes, leitor, que estamos ambos na mesmapágina
António José Forte – Dia a Dia Amante do Poeta
Jorge de Sena – Soneto do Envelhecer
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A escritora brasileira Aline Bei escolheu um poema de Manoel da Barros para a conversa no podcast. Quando conversamos sobre esta escolha, destaca o verso "perdoai mas eu preciso ser Outros".
Vê esta leitura tão bonita e escuta o episódio para saber por que razão gosta da poesia de Manoel de Barros.
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Aline Bei nasceu em São Paulo, em 1987. É formada em letrase em artes cénicas, foi actriz, e estreou-se na literatura em 2017 com o romance O Peso do Pássaro Morto, vencedor do prémio São Paulo de Literatura e do prémio Toca. O segundo livro, Pequena Coreografia do Adeus, foi finalista doPrémio Jabuti. Ambos os romances têm ou terão adaptações para teatro e cinema, e isso não será alheio ao facto de a nossa convidada considerar que são três as forças a norteiam desde o início: a poesia, a dramaturgia e a oralidade.
Numa entrevista recente contou que de vez em quando há um grande pássaro que sobrevoa o seu texto e que nunca pousa, e que esse pássaro é a poesia.
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