“No princípio, as montanhas são montanhas e os rios são rios; depois, as montanhas já não são montanhas e os rios já não são rios; depois ainda, as montanhas são montanhas novamente e os rios são rios novamente.”
Em crianças, precisamos de histórias para adormecer, já adultos, precisamos de histórias para despertar. Pode o encanto que coroa a infância, depois de esmagado pela dura realidade, voltar? Podemos aspirar, como sugere Paul Ricœur, a uma segunda ingenuidade?
Os leitos arenosos dos rios que secaram clamam por água e vê-se, ao longe, uma nuvem a formar-se no horizonte.
Natanael Gama propõe-nos quinze contos, enquanto espreita o céu.