Afleveringen
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Quando o racismo é normalizado, qual o impacto na vida de milhares de africanos e afrodescendentes? Neste episódio, analisamos a experiência atual do pós-colonialismo em Portugal. Falamos das mortes de Alcindo Monteiro e de Bruno Candé, e da ineficácia de um sistema que castiga mais do que protege. E visitamos um dos casos de maior vergonha para o jornalismo nacional: o pseudo-arrastão de 2005. Ouvimos Carlos Pereira (humorista e repórter do 5 Para a Meia-Noite), Vítor Sanches (fundador do projeto e loja cultural Dentu Zona), Paula Cardoso (fundadora da plataforma Afrolink) e Helena Vicente (investigadora do Instituto de Ciências Sociais). Esta é a segunda de duas partes da série Memória Coletiva focadas no colonialismo português (ouve aqui a primeira). Contou com a edição e produção de Ricardo Correia; argumento, realização e voz de Rute Correia. Voz adicional de Tiago Crispim. Leituras e referências adicionais Funcionários da Verdade, Diana Andringa (Tinta da China, 2014), ISBN: 9789896712273 Era uma vez um arrastão, documentário de Diana Andringa, Jorge Costa, Pedro Rodrigues, Mamadou Ba, Joana Lucas, Bruno Moraes Cabral A vítima perfeita - Fábio Monteiro para o Observador (junho de 2014) Contra o esquecimento, os factos – Rui Tavares no jornal Público (junho de 2018) De Alcindo Monteiro a Bruno Candé. Crimes contra as "vidas negras" em Portugal - Marta Grosso e Ricardo Vieira para a Rádio Renascença (julho de 2020) O "sufoco" do racismo em Portugal - João Carlos para a Deutsche Welle (junho de 2020) Mamadou Ba: “Nos últimos 15 anos, mais de dez jovens negros morreram nas mãos da polícia.” - Fumaça (março de 2018) 3 Gráficos para compreender o colonialismo português - Interruptor (maio 2021) Um ecrã em mil tons de branco - Interruptor (abril 2021) Créditos Roger Plexico - Guliver's Travel Park, Thames Town, Aniva Rock Lighthouse e Chateau de Noisy (CC BY-NC-SA) Vasco Completo - Trauma (CC BY-NC-SA) Excertos dos noticiários da noite do dia 10 de junho de 2005, arquivos SIC e TVI
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O colonialismo português não foi mais brando que os outros colonialismos europeus. Neste episódio, fazemos uma contextualização histórica desse período, com ênfase no tráfico humano perpetrado ao longo de séculos com o apoio do Estado português, e falamos das materializações desse legado profundamente racista na nossa sociedade. Ouvimos Paula Cardoso (fundadora da plataforma Afrolink), Helena Vicente (investigadora do Instituto de Ciências Sociais), Carlos Pereira (humorista e repórter do 5 Para a Meia-Noite) e de Vítor Sanches (fundador do projeto e loja cultural Dentu Zona). Esta é a primeira de duas partes da série Memória Coletiva focadas no colonialismo português. Contou com a edição e produção de Ricardo Correia; argumento, realização e voz de Rute Correia. Leituras adicionais 3 Gráficos para compreender o colonialismo português - Interruptor (maio 2021) Um ecrã em mil tons de branco - Interruptor (abril 2021) A liberdade plena é irreversível - Airton Cesar Monteiro para o Comunidade, Cultura e Arte (abril 2021) How Portugal silenced ‘centuries of violence and trauma’ - Ana Naomi de Sousa para a Al Jazeera (março 2021) A última escrava portuguesa morreu em Lisboa nos anos 1930 - Dina Soares para a Rádio Renascença (março 2017) Do apartheid envergonhado à "Preta Fernanda": o rasto de África nas ruas de Lisboa - Margarida David Cardoso para o jornal Público (março 2017) Créditos Vasco Completo - Forever, Trauma e Wormhole (CC BY-NC-SA) Monster Jinx Type Beat - Anti-Fascism Fraternity (CC BY-NC-SA)
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Zijn er afleveringen die ontbreken?
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Neste episódio final da série Tiras, os nossos convidados desenham o retrato da BD em Portugal atualmente: do panorama editorial aos festivais, passando pela condição de autor. Ouvimos: Marcos Farrajota: dirigente da Associação Chili com Carne e bibliotecário na Bedeteca de Lisboa Mário Freitas: responsável pela editora e livraria especializada Kingpin Books Ricardo Baptista: autor do Planeta Satélite e dinamizador inicial do projeto ACBD Joana Afonso: desenhista, ilustradora e autora premiada de BD Cecil Silveira: autor e fundador da editora independente Sapata Press Shizamura: autora do webcomic O Sarilho
Créditos:
Airtone - "reCreation", "nightingaleRemixed" e "reNovation" (CC BY) -
Neste capítulo, exploramos a diversidade de géneros na banda desenhada com uma visão focada no autor e na sua expressão pessoal. Intervêm (por ordem de aparição): Cecil Silveira: autor e fundador da editora independente Sapata Press Shizamura: autora do webcomic O Sarilho Marcos Farrajota: dirigente da Associação Chili com Carne e bibliotecário na Bedeteca de Lisboa Mário Freitas: responsável pela editora e livraria especializada Kingpin Books Títulos mencionados (com data de edição portuguesa mais recente): "Palestina" de Joe Sacco (2003, atualmente sem edição portuguesa) "Gorazde: Zona de Segurança" de Joe Sacco (Levoir, 2019) "Maus" de Art Spiegelman (Bertrand Editora, 2014) "Sabrina" de Nick Drnaso (Porto Editora, 2019) "Watchmen" de Alan Moore (Levoir, 2016) "V de Vingança" de Alan Moore (Levoir, 2016) "All Star Superman" de Grant Morrison & Frank Whitely (2005-2008, atualmente sem edição portuguesa) "Kingdom Come" de Mark Waid (1996, atualmente sem edição portuguesa) As coleções "Tintim" (Hergé), "Blake & Mortimer" (Edgar P. Jacobs) de "Astérix" (Gosciny e Uderzo) são publicadas pelas Edições Asa Os trabalhos de Hugo Pratt são atualmente editados pelas editoras Ala dos Livros e Arte de Autor “Crónicas da Birmânia”, “Shenzhen” e “Pyongyang” de Guy Delisle (2017-2020, Devir) “Fun Home – Uma tragicomédia familiar” de Alison Bechdel (Contraponto, 2012) “Portugal” de Cyril Pedrosa (Edições Asa, 2012) “Neve nos Bolsos” de Kim (Levoir , 2019) “Nódoa Negra”, antologia de autoras de BD (Chili com Carne, 2018) "Cidades", "Viagens", "Silêncio" e "Raízes", antologias do The Lisbon Studio (G. Floy Studio, 2017-200) “O Sarilho” de Shizamura (edição de autor, 2020) “O Gato Mariano” de Tiago da Bernarda (Chili com Carne, 2018) “Vida de Adulta” de Raquel Sem Interesse (Suma de Letras, 2020) "Moms" de Yeong-shin Ma (2020, atualmente sem edição portuguesa) Fanzine "Sensui" de Dois Vês (2017, sapata press) Créditos: Airtone - "reCreation", "nightingaleRemixed" e "reNovation" (CC BY)
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Continuamos a explorar o universo da banda desenhada, agora pelos alicerces que a erguem. Neste episódio, ouvimos autores sobre argumento, traço e cor. Intervêm (por ordem de aparição): Tiago da Bernarda: autor de O Gato Mariano Shizamura: autora do webcomic O Sarilho Ricardo Baptista: autor do Planeta Satélite Joana Afonso: desenhista, ilustradora e autora de BD Guilherme Trindade: argumentista de BD Créditos: Airtone - "reCreation", "nightingaleRemixed" e "reNovation" (CC BY)
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Numa introdução à banda desenhada, começamos por descortinar os termos mais básicos da sua linguagem. Neste episódio, intervêm (por ordem de aparição): Cecil Silveira: autor e fundador da editora independente Sapata Press Marcos Farrajota: dirigente da Associação Chili com Carne e bibliotecário na Bedeteca de Lisboa Mário Freitas: responsável pela livraria especializada Kingpin Books Guilherme Trindade: argumentista de BD Joana Afonso: desenhista, ilustradora e autora de BD Tiago da Bernarda: autor de O Gato Mariano Shizamura: autora do webcomic O Sarilho Créditos: Airtone - "reCreation", "nightingaleRemixed" e "reNovation" (CC BY)
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A banda desenhada é a encruzilhada onde o desenho e a literatura se encontram. Tantas vezes escondida à sombra de outras, a nona arte parece difícil de alcançar. Sobretudo por quem está de fora.
Ao longo de vários meses entrevistámos quem desenha, escreve, edita, consome e preserva banda desenhada em Portugal, numa tentativa de criar um retrato abrangente da cena nacional e encurtar a distância entre os que já a amam e os que mal a conhecem.
Os episódios da série “Tiras” serão semanais e o primeiro chega já no dia 3 de fevereiro. Créditos airtone - NightingaleRemixed (CC BY) -
Em 2018, Bernard Marr escrevia na Forbes que produzimos diariamente o equivalente a 2,5 milhões de terabytes de informação. Tudo digital. Em Portugal, o trabalho de guardar a web é conduzido desde 2007 pelo Arquivo.pt, um serviço público gerido pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Para entendermos a importância da web enquanto artefacto histórico ouvimos Daniel Gomes, gestor do Arquivo.pt, e Miguel Ramalho, vencedor da edição de 2020 do Prémio Arquivo.pt com o projeto Desarquivo. Este episódio é um complemento ao artigo sobre arquivos digitais que escrevemos para a próxima edição da revista do Shifter, disponível brevemente. Créditos Six Umbrellas - "The Psychedelic And" e "Sparks" (CC BY-SA) Referências "What Happened to Malaysia Airlines Flight 17" - New York Times (2014) The Web as History: Using Web Archives to Understand the Past and the Present, editado por Niels Brügger e Ralph Schroeder - UCL Press (2017)
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Enquanto um painel de convidados partilha as revelações, expectativas, desilusões e inquietações que o espaço urbano lhes trouxe enquanto artistas e pessoas... Falamos de como as cidades portuguesas mudaram nos últimos trinta anos. Um retrato a quatro vozes da cidade enquanto universo. Branko, Dario Oliveira (diretor do Porto/Post/Doc), Djaimilia Pereira de Almeida e Peperan guiam o passeio neste nosso primeiro (quase) documentário. Branko atua esta noite (dia 20 de Novembro) no Campo Pequeno em Lisboa. Também esta sexta-feira, arranca a sétima edição do Porto/Post/Doc, prolongando-se até dia 29 de Novembro. As conversas do Fórum do Real serão transmitidas online, mas a programação das sala de cinema do Porto mantém-se. O programa completo está no site oficial do festival. As obras mais recentes de Djaimilia Pereira de Almeida estão editadas pela Relógio D’Água. O seu premiado romance “Luanda, Lisboa, Paraíso” tem a chancela da Companhia das Letras. As duas temporadas da série “Casa do Cais”, de Peperan e Companhia, podem ser vistas na RTP Play. Créditos: Voz adicional de Marta Bonito (leitura de excerto da obra de Sophia de Mello Breyner Andresen) Sal Grosso - "Bulgur Reef", "Amor Sufi", "A Cor da Primavera", "Mellow Red" (combustão lenta records) Rita Vian - Sereia (Branko remix) Referências: Portugal erradicou cem mil barracas nos últimos 25 anos - Antena 1 (2017) 31 cidades portuguesas eliminaram barracas numa década - TVI (2013) Programa Polis fora do prazo - Expresso (2009) Polis: O "analgésico" não curou os reais problemas - Público (2010) "Cidades Sem Nome", Fernanda Câncio - Tinta da China (2005) Programa Nacional para a Coesão Territorial - XXI governo constitucional (2017) Causas Prováveis das Migrações Internas em Portugal na Década de Noventa (2003) - Maria de Nazaré Oliveira Roca e Dulce Pimentel Movimentos migratórios internos em Portugal (1995-2011): Caracterização exploratória considerando grupos de idades, níveis de habilitações e atividade (2017) - Maria Cristina Sousa Gomes, Maria João Guardado Moreira e Maria Luís Rocha Pinto População residente por local de residência - INE (2019) Alojamento segundo os Censos: total e por tipo - PORDATA/INE (2011)
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Do ponto de vista económico, Portugal aparece na cauda da Europa em quase todos os indicadores de investimento público na cultura, mas nem sempre foi assim. Neste episódio, conversámos com a Dra. Mafalda Dâmaso, professora nas áreas de Cultura, Media e Indústrias Criativas na King’s College em Londres, sobre a importância de políticas culturais. Referências Morram as estratégias de desenvolvimento de públicos que não são parte de um modelo integrado de criação, programação e políticas publicas, morram! Pim!" (2019), Mafalda Dâmaso Cultura representa 0,21% da despesa total consolidada da Administração Central - LUSA/TSF (2020) Política Cultural Em Portugal: Determinantes Da Despesa Pública Em Cultura (2018), Amarílis Vaz Felizes Mapping cultural policy in Portugal: From incentives to crisis (2016), José Luís Garcia, João Teixeira Lopes, Teresa Duarte Martinho,José Soares Neves, Rui Telmo Gomes & Vera Borges Individualism and Community - BBC Arts & Ideas (2020) Plano Nacional das Artes 2019-2024 Créditos Música pela Monster Jinx Vasco Completo - Shoreditch (CC BY-NC-SA) Ghost Wavvves - 206 (CC BY-NC-SA) Raez - Altered States (CC BY-NC-SA)
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Ao longo dos últimos 20 anos, a indústria dos espetáculos ao vivo teve um crescimento esplendoroso no nosso país. Falamos da dança, da música e do teatro - disciplinas que habitam normalmente um palco. Neste episódio, conversámos Fátima Alçada, diretora artística da régie cooperativa Oficina, responsável pelo Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, para percebermos qual a importância dos espaços que dão abrigo às artes performativas. Este é o terceiro capítulo da série “Até onde chega a cultura?” - uma série em que exploramos o alcance dos equipamentos culturais em Portugal. Referências: Revista da AICEP (Janeiro de 2019) Guimarães 2012, Capital Europeia da Cultura: impactos económicos e sociais: relatório final, Universidade do Minho (2013) Indicadores relativos a espectáculos ao vivo por município, INE/Pordata Créditos: Fotografia por Jorge Lobo (CC BY-SA) Nihilore - "Glimmer" (CC BY) Unheard Music Concepts - "Cosmic Relevance", "In Former Rings" e "The Lasso of Time" (CC BY)
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O cinema é mágico. Os sortudos que alguma vez entraram numa daquelas salas certamente se lembrarão do primeiro filme que viram no grande ecrã. Apesar de parecer estar cada vez mais perto, em 2020 o cinema continua longe de uma boa parte da população portuguesa. Uma conversa com José Pedro Pinto, Técnico de Atividades Culturais e Artísticas do Cine Clube Viseu. Este é o segundo capítulo da série “Até onde chega a cultura?” - uma série em que exploramos o alcance dos equipamentos culturais em Portugal. Referências: Ecrãs de cinema por município, Pordata/INE (2019) "Film can have a leading role in education", The Guardian (2013) "New approaches for greater diversity of cinema in Europe?", Thomas Paris para Parlamento Europeu e Comissão Europeia (2015) "Cinema as a Common Activity’: Film Audiences, Social Inclusion, and Heterogeneity in Istanbul during the Occupy Gezi", Ozge Ozduzen (2020) "Salas de cinema com quebra de 85,5% no número de espectadores em Agosto", Ípsilon/Público (2020) Exibição e distribuição cinematográfica em Portugal, ICA Créditos: Kai Engel - "Seeker", "Harbor" e "Denouement" (CC BY) PMBROWNE - Carousel slide projector (CC BY)
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As bibliotecas resistem hoje enquanto equipamento público gratuito, disponibilizando livros, lazer e conhecimento a quem quiser lá entrar. Mas à medida que a nossa sociedade se vai digitalizando, qual o papel da biblioteca? Por que razão devemos investir nestes equipamentos? E como se gere o pós-pandemia?
Uma conversa com Bruno Duarte Eiras, Diretor de Serviços de Bibliotecas da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas.
Este é o primeiro capítulo da série “Até onde chega a cultura?” - uma série em que exploramos o alcance dos equipamentos culturais em Portugal. Referências: Relatório Estatístico da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas - 2018 Documentário "A Biblioteca do Futuro", disponível na RTP Play Créditos: arturobat - Biblioteca Publica Gente Susurros (CC BY) Doctor Turtle - You're right, but I'm me (CC BY) -
Às vezes é preciso vermos os outros mudarem o mundo para sabermos que também somos capazes. O Interruptor é, sobretudo, fruto da inspiração de outros – daqueles que nos últimos anos têm tido um papel crucial no desenvolvimento de um pequeno, mas firme, sector de órgãos de comunicação social independentes e de orientação comunitária. Falo especificamente do Shifter, do Jornal Mapa, do Gerador, do Fumaça e do Divergente. Não são os únicos que têm forçado a mudança neste universo, mas são aqueles que, de facto, têm cumprido as promessas de evolução e de inovação que os media tradicionais tendem a apregoar, mas que rápida e sucessivamente se esquecem de implementar. Por aqui, não temos a intenção de noticiar. O fio infinito de títulos de última e de outras horas já está entregue. Pretendemos ocupar um lugar que ainda está vago - um lugar onde se repensa a cultura com calma, mas também com criatividade. Sem trincheiras nem elitismos, e com preocupações contextuais, queremos despoletar novas narrativas, usando a tecnologia como aliada destes contos originais. A nossa causa maior é a promoção das literacias digital e mediática com a cultura como pano de fundo. Acreditamos que a informação de qualidade, aberta e plural, é fundamental numa sociedade democrática. E que a sua negação é um obstáculo real ao exercício da cidadania que se materializa sobre os mais vulneráveis. Num país onde, sem transferências sociais, quase 45% da população vive em risco de pobreza, a existência de locais onde o acesso ao conhecimento se mantém livre pode ser um precioso aliado na mitigação do fosso entre os que já têm possibilidades e os que ficaram sem elas ou nunca as viram sequer. Sem conteúdos fechados, o Interruptor será mais um destes redutos em Portugal. Queremos ligar as boas ideias privilegiando os formatos longos, os podcasts, o documentário, a arte, a ciência e a experimentação. Exploramos dados, disponibilizamos código e pensamos continuamente sobre como podemos revolucionar estas coisas que são contar estórias e levar o conhecimento mais longe - sempre em português. O que publicamos é feito para ser partilhado e reinventado. Neste arranque, além de testarmos algoritmos para percebermos se conseguem diferenciar os heterónimos de Fernando Pessoa, inaugurámos duas séries que serão desenvolvidas ao longo dos próximos tempos. Em “Estamos a ouvir mais música portuguesa?” a proposta é clara. Para começar, fizemos um enquadramento histórico da amplificação da música portuguesa nos órgãos de comunicação social na viragem do milénio. Depois, mergulhámos na estatística. Em “Jogar à tabela para chegar mais longe”, examinámos dezasseis anos de contagens dos álbuns mais vendidos em Portugal, e principiámos a construção da nossa resposta. Para rematar este capítulo inicial, lançámo-nos na demanda de percorrer vários mapas para desvendar até onde chega a cultura no nosso país. O primeiro fascículo é sobre bibliotecas e chegará via podcast. Os artigos, fica o aviso, são longos, mas nós acreditamos que valem a pena até ao fim. Antes de me despedir, gostaria ainda de deixar uma nota de particular agradecimento a algumas pessoas cujo apoio foi inestimável para o nascimento do Interruptor. À Blink, pelo logotipo e pela imagem gráfica; e ao Jorge Kimbamba, que nos emprestou a sua voz para darmos vida a cada episódio. O Interruptor é mantido por uma pequena equipa de três pessoas. Eu produzo os artigos, o Ricardo Correia trata da sonoplastia e fotografia, e o Ciaran Edwards programa o nosso site. Esperamos que gostem do nosso trabalho - que o leiam, ouçam, partilhem e apoiem. Sejam muito bem-vindos. Rute Correia, co-fundadora do Interruptor Créditos fotografia por Aaron Burden, via Unsplash trilha sonora por Drake Stafford - "Only Love" (CC BY)