Afleveringen

  • Hoje vamos falar da magia da rádio.



    Naquilo que posso definir como uma conversa entre duas pessoas analógicas, que usam palavras rebuscadas e até arcaicas, e nasceram profissionalmente na telefonia.



    É a rádio. Para os mais distraídos, modernos e digitais.



    Telefonia sem fios. E agora nesta versão moderna do seu nome podcast.



    O mundo está a apagar as palavras portuguesas bonitas e a enchermos de palavras vindas de outros lugares, menos interessantes.



    Convidei o Nuno Markl para se juntar à conversa. Trazendo na mochila os cromos da caderneta, na mochila ou na algibeira e conceitos tão lunáticos como os gravadores de fita.



    Afinal, o pretexto da conversa era a magia da rádio.



    Aviso: Esta conversa é anárquica, lunática, acelerada e autêntica.



    Nuno Markl é uma das vozes mais reconhecidas da rádio portuguesa, com uma carreira que atravessa diferentes meios de comunicação. O humorista e guionista é um dos rostos das “Manhãs da Comercial”, onde, diariamente, dá forma a conteúdos que combinam humor, nostalgia e observação do quotidiano. Criador de rubricas como a “Caderneta de Cromos”, tem sido uma referência no modo como recupera memórias culturais e as transforma em entretenimento acessível ao grande público.



    Além da rádio, Markl construiu um percurso sólido na televisão e no guionismo. Escreveu para programas de humor de grande impacto, como o “Herman Enciclopédia” e o “Último a Sair”, e mais recentemente tornou-se uma das figuras centrais do “Taskmaster Portugal”, na RTP. A sua capacidade de adaptação e reinvenção tem-lhe permitido manter uma presença relevante no espaço mediático, acompanhando a evolução das plataformas de comunicação e do consumo de conteúdos.



    O impacto da sua comunicação vai além do humor. Markl tem abordado temas como ansiedade e saúde mental, tornando-se uma voz influente na forma como essas questões são discutidas publicamente. A sua atividade nas redes sociais reflete essa dimensão mais pessoal, mas também ilustra os desafios da exposição pública num ambiente digital. A entrevista pretende explorar todas estas facetas da sua trajetória, abordando o seu percurso na rádio, o seu processo criativo, a relação com o público e os desafios do humor no contexto atual.



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    0:12
    Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação?
    Hoje vamos falar da magia e da rádio naquilo que posso definir como uma conversa entre 2 pessoas analógicas, que usam palavras rebuscadas e até arcaicas, e que nasceram profissionalmente na telefonia.
    0:30
    É a rádio para os mais distritos modernos e digitais, telefonia sem fios a rádio.
    E agora, nesta versão Moderna de seu nome podcast, o mundo está claramente a apagar palavras portuguesas bonitas e encher o dicionário de palavras vindas de outros lugares.
    0:46
    Algumas palavras menos interessantes.
    Convidei o Nuno markl para se juntar a esta conversa, trazendo na mochila os cromos da caderneta e falando, claro, de algibeiras e conceitos tão lunáticos, estranhos e pouco modernos.
    Como gravadores magnéticos de fita.
    1:01
    Afinal, o pretexto desta conversa é falar da magia da rádio.
    Mas fomos por aí fora.
    1:18
    Aviso, esta conversa é anárquica, lunática, acelerada e autêntica.
    O Nuno markl.
    Aceitou mostrar se numa conversa profunda, onde cruzamos o humor, a comunicação, a cultura pop e as vulnerabilidades que marcam o seu percurso pessoal e profissional, reflexões sobre o mundo atual, sobre a importância da linguagem e sobre o papel da rádio e da necessidade de manter um olhar crítico sobre as redes sociais ao longo de quase 1 hora de conversa que passa muito depressa.
    1:45
    Aviso desde já.
    O markl fala sobre o poder transformador da rádio, o meio onde se sente mais autêntico e livre da rádio, que diz que continua a ser o espaço por excelência para contar histórias, para criar imagens e estabelecer relações íntimas com quem ouve.
    A capacidade de falar diretamente ao ouvido de alguém, essa coisa mágica,

  • Num mundo onde a palavra “igualdade” já faz parte do discurso oficial, o que falta para que ela se torne realidade? Como comunicamos o que ainda não foi alcançado? E, mais importante: como comunicar de forma eficaz num contexto de resistência, desconfiança ou mesmo hostilidade?



    Neste episódio, na semana que assinala em semana do Dia Internacional da Mulher, refletimos sobre o papel da comunicação pública na promoção (ou bloqueio) da igualdade de género.



    A convidada deste episódio é Sara Falcão Casaca, professora catedrática no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), socióloga, investigadora, especialista em desigualdade de género, mercado de trabalho e políticas públicas.



    Atualmente, lidera o Observatório Género, Trabalho e Poder, e coordena a recém criada comissão de prevenção do assédio no ensino superior, um espaço onde a comunicação — ou a falta dela — pode fazer toda a diferença.



    Este é um episódio sobre comunicação. Comunicação que pode ser uma ferramenta de transformação ou, se mal usada, um mecanismo de bloqueio. Falamos sobre como os media continuam a construir imagens públicas das mulheres em lugares de liderança. Falamos sobre os estereótipos que ainda marcam as narrativas políticas, empresariais e mediáticas. Falamos sobre o desafio de comunicar dados difíceis de compreender, como o fosso salarial entre homens e mulheres, sem que se tornem somente mais um número a circular sem impacto real.



    Mas também refletimos sobre o papel das redes sociais, que democratizam a comunicação, mas que são palco de ataques dirigidos a mulheres que ousam ocupar o espaço público. Como se constrói uma narrativa de igualdade num ambiente polarizado? E como se lida com o discurso de ódio sem abdicar do espaço público?



    Este episódio passa ainda pela comunicação invisível nas organizações: como se falam — ou não se falam — os problemas de assédio, as desigualdades salariais, a falta de mulheres em posições de topo. E pela linguagem silenciosa das escolhas institucionais, desde a escolha das lideranças até à ausência de mulheres em debates, painéis ou cargos de poder.



    Falamos também de um desafio central na comunicação pública da igualdade: como envolver os homens neste debate? Como evitar que a igualdade de género seja comunicada como um “tema de mulheres para mulheres”?



    Num país onde se registam avanços importantes — desde a maior participação de mulheres na política até à adoção de códigos de conduta para a igualdade — ainda falta uma narrativa pública consistente, que traduza em palavras, exemplos e políticas o que se diz defender.



    Por isso, este episódio não é apenas sobre o que falta fazer em termos de igualdade de género, mas sobre o como comunicar tudo o que falta fazer, sem desistir de tentar, mesmo quando a comunicação se torna difícil.



    Porque a comunicação pública, quando bem-feita, não é só uma descrição do mundo como ele está. É uma ferramenta para o mudar.



    A conquista de qualquer direito social implicou sempre alguma forma de luta.



    A cultura, a tradição, o fizemos sempre assim, será sempre um obstáculo.



    Mesmo nas coisas mais óbvias, mudar demora sempre tempo. Muito tempo.



    Qualquer mudança substantiva é lenta e gradual.



    A comunicação pode ajudar a criar entendimentos e coligações.



    Mas não resolve tudo. Ajuda, mas não resolve.



    A resistência à mudança é um valor cultural intrincado.



    E quando tema gravita à volta da questão do poder e da sua divisão equitativa, quem o tem não gosta de o perder.



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    00:00:00:00 - 00:00:17:24

    Viva Sara Falcão Casaca, professora catedrática do ISEG e uma especialista em sociologia económica e das organizações, dedica muito do seu tempo e da sua investigação a investigar esta coisa da desigualdade de género no mercado de trabalho e as questões das políticas de igualdade.

    00:00:18:01 - 00:00:44:12

    E porque se me perguntar e tu, onde é que estão as mulheres? Estamos a falar dos mesmos para o público e o m...

  • Zijn er afleveringen die ontbreken?

    Klik hier om de feed te vernieuwen.

  • Um escritor que foi jornalista. Um romancista que é argumentista.



    Um grande repórter que nos ofereceu frescos de impressões do cerco de Saraievo ou na missão de paz num barco até Timor.



    Rui Cardoso Martins, autor dr uma escrita única, de célebres crónicas judiciais onde se retrata a nossa sociedade e, não menos importante criador de frases como “penso eu de que” dita pela personagem do Contrainformação que representava o mais mítico dos presidentes de clubes de futebol portugueses.



    Esta edição está carregada de boas histórias. Aquelas histórias onde se responde à pergunta “Afinal o que está em causa aqui?



    Há conversas que nos fazem viajar no tempo, atravessar fronteiras e mergulhar em mundos que, à primeira vista, parecem distantes. A entrevista com Rui Cardoso Martins é uma dessas viagens.



    Ele é um contador de histórias nato. Seja na literatura, no jornalismo ou no humor, a sua escrita é um jogo constante entre a ironia e a profundidade, entre o detalhe do quotidiano e o impacto dos grandes acontecimentos da história recente. É um dos poucos escritores portugueses que transita com naturalidade entre registos tão diferentes como o romance, a crónica, o argumento de cinema e a televisão.



    Nesta conversa, percorremos a sua trajetória desde os primeiros passos no jornalismo, passando pela experiência como repórter internacional em cenários de guerra, até ao seu impacto no humor português e na literatura contemporânea.



    Uma Vida Entre a Palavra e o Mundo



    Rui Cardoso Martins começou no jornalismo nos anos 90, num momento de transformação da imprensa em Portugal. Foi um dos repórteres fundadores do jornal Público, onde aprendeu o ofício na escola dura das redações, entre máquinas de escrever, cigarros acesos e chefes de redação que gritavam ordens por cima das secretárias.



    Foi no Público que começou a construir uma assinatura própria, com uma escrita que misturava rigor e criatividade. Depressa percebeu que a notícia não era só uma questão de factos, mas também de como os factos eram contados. Ao longo dos anos, aprimorou um estilo que tornaria inconfundível: um olhar atento para o detalhe humano, uma ironia afiada e uma capacidade rara de transformar o banal em extraordinário.



    Mas o jornalismo não o manteve somente nas redações. Desde cedo, partiu para o terreno e viu de perto acontecimentos que moldaram a história recente. Esteve no cerco de Saraievo, testemunhou o medo e a fome de uma cidade destruída pela guerra. Acompanhou as primeiras eleições livres na África do Sul, um momento que simbolizou o fim do ‘apartheid’ e o nascimento de uma nova democracia. E embarcou no Lusitânia Expresso, a missão de solidariedade que tentou furar o bloqueio a Timor-Leste.



    O contacto com a guerra, a violência e a injustiça foram marcantes. Mas talvez o mais impressionante seja a forma como nunca perdeu o sentido crítico nem a capacidade de encontrar humanidade mesmo nas situações mais brutais.



    O Humor Como Arma e o Impacto na Televisão



    Se o jornalismo lhe deu o rigor e o olhar clínico sobre a realidade, o humor deu-lhe uma outra ferramenta poderosa: a sátira. Rui Cardoso Martins foi um dos criadores de Contra-Informação, o programa que, durante anos, disse coisas que mais ninguém ousava dizer sobre a política portuguesa.



    Foi também um dos argumentistas de Herman Enciclopédia e ajudou a criar personagens e frases que se tornaram parte da cultura popular. Para muitos, o humor político em Portugal nunca foi tão ácido e certeiro como nessa altura.



    A televisão deu-lhe outro tipo de notoriedade e permitiu-lhe explorar um registo diferente. Mas, para Rui, a sátira nunca foi somente entretenimento. Sempre foi uma forma de resistência, de expor as contradições do poder e de obrigar o público a pensar.



    A Literatura e o Olhar para a Vida Real



    A dada altura, a escrita tornou-se o seu grande território. Primeiro com as crónicas judiciais Levante-se o Réu, onde transformou julgamentos banais em relatos literá...

  • O conselho que sempre ouvimos foi: antes de falar, pense.



    Normalmente acompanhado de alguma história mais ou menos lendária de alguém que falou de mais, que disse o inconveniente ou que foi demasiado vocal para os ouvidos sensíveis da plateia.



    Esta edição é para todos os que tem capacidade de comunicar e vontade de pensar.



    De pensar bem. Neste caso da arte do pensamento crítico. Com José Maria Pimentel.



    Pensar bem é difícil. Mas alguém tem de o fazer.



    Até diria mais: todos temos de o fazer.



    O mundo está cada vez mais confuso. Somos bombardeados por informação constantemente, por todos os lados. Mas entre tanta notícia, opinião e ruído, há uma pergunta que vale a pena fazer: estamos a pensar bem? Estamos a tomar boas decisões? Estamos a ver o mundo como ele realmente é – ou apenas como queremos que ele seja?



    O nosso convidado de hoje dedica-se a responder precisamente a estas questões. José Maria Pimentel é economista, professor e autor do podcast 45 Graus, um espaço de reflexão onde tenta fazer o que as redes sociais e os debates televisivos raramente fazem: parar para pensar.



    Nesta conversa, falamos de pensamento crítico – essa coisa difícil, mas essencial, que nos obriga a questionar aquilo que sabemos e a forma como chegamos às nossas conclusões. Falamos de como a escola, sem querer, pode estar a treinar-nos para aceitar respostas fechadas, em vez de nos ensinar a pensar por nós próprios. Falamos das redes sociais e do efeito bolha, que nos leva a ouvir apenas quem confirma aquilo em que já acreditamos.



    E falamos, claro, de decisões. Porque pensar bem não é um exercício teórico. Na vida real, tomamos decisões todos os dias – algumas pequenas, outras enormes. Mas será que sabemos mesmo decidir? Será que conseguimos resistir à pressão, à pressa, ao ruído, ao ego? Será que conseguimos, de facto, ver a realidade como ela é – e não apenas como gostaríamos que fosse?



    José Maria Pimentel explica porque é que nem sempre o argumento mais sonante é o mais forte. Porque é que nem sempre o especialista tem razão – mas também porque é que confiar cegamente no primeiro influencer que nos aparece no feed pode ser um erro monumental.



    Falamos também da inteligência artificial. Vamos confiar nela para pensar por nós? Ou será que, ao automatizar tarefas, a IA nos está a deixar apenas com os problemas realmente difíceis, aqueles que nenhuma máquina pode resolver por nós?



    E, claro, falamos de podcasts. Do 45 Graus, um projeto que nasceu da necessidade de ter conversas mais pausadas, mais fundamentadas, menos apressadas. Um espaço onde a pressa dá lugar à profundidade e onde as perguntas são mais importantes do que as respostas fáceis.



    Se gosta de pensar – e de pensar bem – esta conversa é para si.



    No Pergunta Simples, exploramos os desafios da comunicação e do pensamento. Neste episódio, José Maria Pimentel ajuda-nos a perceber porque é tão fácil cairmos em armadilhas mentais e porque é tão difícil pensar de forma verdadeiramente crítica. Entre a lógica, a emoção e a desinformação, há um campo de batalha onde cada um de nós precisa de aprender a mover-se melhor.



    Falámos de argumentação, de vieses cognitivos, do impacto das redes sociais e da dificuldade em distinguir factos de narrativas. E falámos de decisões – essas escolhas que fazemos todos os dias, quase sempre sem tempo para refletir. Pensar bem é como comunicar bem: dá trabalho, mas será que podemos dar-nos ao luxo de não o fazer?



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    0:13
    Vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação.
    O conselho que sempre ouvimos foi, antes de falar, pensa normalmente acompanhado.
    De alguma história mais ou menos lendária?
    De alguém que falou de mais, que disse o inconveniente ou que foi demasiado vocal para os ouvidos sensíveis de uma plateia que tem, no fundo, o coração ao pé da boca?
    0:36
    Nesta edição, é para todos aqueles que têm capacidade de comunicar e vontade de pensar, de pensar bem.

  • Quiseram os deuses da chuva e do sol fazer coincidir com a publicação deste episódio a chegada de um comboio de tempestades ao nosso país.



    Já vos explico o que quer dizer a expressão “comboio" de tempestades embora a coisas seja mais ou menos intuitiva de entender.



    Quero deixar duas notas: a primeira é que quando ocorrem estes fenómenos típicos é mais difícil prever o tempo que vai fazer.



    A segunda é que esta conversa foi gravada há semana e meia e por isso é importante situar no tempo, o do relógio, quando foi criado este episódio.



    Em todo o caso a conversa é muito interessante e aprendi muito sobre a fascinante ciência meteorológica.



    E o que tem a vez com comunicação? Tudo. Dizer que vai chover, que vem ventania ou vai ficar um calor de. Rachar cria uma expectativa.



    E na nossa cabeça a previsão passa rapidamente a certeza absoluta e não a uma probabilidade mais ou menos certa.



    Em caso de dúvida vá à janela e observe com atenção. Isso ajuda.



    Se ainda tiver incertezas inultrapassáveis, leve o guarda-chuva. Se não chover batize o instrumento como guarda-sol.



    A meteorologia é uma ciência de precisão… mas também de incerteza.



    Ouvimos a previsão na rádio, vemos os mapas na televisão, conferimos a ‘app’ no telemóvel–e, no final, ou confiamos, ou desconfiamos.



    “Mas afinal vai chover ou não?” é talvez a pergunta mais repetida a um meteorologista, e esta semana traz-nos um cenário perfeito para explorar essa questão: um verdadeiro “comboio de tempestades” está já a chegar a Portugal.



    Se nos últimos dias tem sentido o tempo instável, prepare-se porque a tendência não vai mudar tão cedo.



    Um bloqueio anticiclónico sobre as ilhas britânicas está a funcionar como um muro invisível, empurrando depressões diretamente para a Península Ibérica.



    Os ingleses quiseram experimentar o clima algarvio e mandaram chuva cá para baixo.



    O resultado? Uma sequência de tempestades que nos vão atingir quase dia sim, dia não, com chuva intensa no sul já que começou nesta terça-feira e previsões de instabilidade pelo menos até ao fim de semana.



    E a questão que se coloca é: podemos confiar totalmente nas previsões?



    Se tudo depende de modelos matemáticos e observações, porque é que por vezes a chuva anunciada nunca chega ou, pelo contrário, uma tempestade inesperada varre tudo sem aviso?



    Para responder a isto, convidei Bruno Café, meteorologista do IPMA, um dos rostos da previsão do tempo em Portugal. Se já o viu na televisão ou ouviu na rádio, sabe que tem o dom de explicar a meteorologia claramente e sem rodeios. E nesta conversa, ele ajuda-nos a perceber como tudo funciona nos bastidores: como se fazem previsões, que instrumentos são usados, o que mudou na meteorologia nos últimos anos e por que motivo a incerteza nunca desaparece completamente.



    A pergunta chave é:



    Como se prevê o tempo?



    Sabia que diariamente são lançados balões meteorológicos que sobem na atmosfera para medir pressão, vento, temperatura e humidade? E que os radares meteorológicos conseguem detetar em tempo real a formação de tempestades? Mas mesmo com esta tecnologia, há fatores que tornam algumas previsões mais difíceis do que outras–como os famigerados aguaceiros isolados, que podem cair forte num local e deixar outro completamente seco a poucos quilómetros de distância.



    O que permite o desejo de poder ter afinal chuva no nabal e sol na eira.



    Bruno Café explicou-me como os meteorologistas trabalham com milhares de dados e recorrem a modelos matemáticos complexos, mas também precisam de experiência e análise humana para interpretar a informação. A meteorologia não é um jogo de certezas absolutas, mas sim de probabilidades bem calculadas.



    Então e os fenómenos atípicos.? O impacto das alterações climáticas.



    Afinal, temos mais fenómenos extremos ou apenas mais atenção sobre eles? Bruno Café explica como os dados mostram um aumento real de temperaturas e eventos severos,

  • A relação entre cientistas e jornalistas, entre investigadores e comunicadores é uma relação de amor-ódio.



    Os cientistas tentam sempre chegar à descoberta que sonham revolucionar o mundo. São escravos do método e adoradores do rigor absoluto.



    Nem que para isso tudo se diga com tal complexidade que só eles entendem.



    Os jornalistas, pelo seu lado, buscam a história que vai fazer a próxima manchete.



    E confrontados entre o rigor absoluto e a máxima comunicação, tendem as escolher a simplicidade radical.



    É bom de ver que apesar de precisarem uns dos outros para que a ciência e o conhecimento chegue mais longe, a relação tem alguma tensão.



    No meio desta batalha estão os comunicadores da ciência,



    Uma espécie de tradutores da complexidade dos cientistas e advogados. Da simplificação quase absurda da comunicação para o grande público.



    Uma edição para se falar de histórias e factos, mitos antigos e pós-verdades.



    E de desvendar finalmente porque são tão poderosas as histórias, mesmo aquelas que contrariam a mais elementar evidencia científica.



    Sara Sá é hoje comunicadora de ciência. Mas traz a bagagem de 20 anos de jornalismo. Além disso, começou por estudar engenharia espacial.



    Hoje, no Pergunta Simples, falamos de ciência, de jornalismo e de boas histórias. Ou melhor, falamos de como se conta uma boa história. E para isso, quem melhor do que Sara Sá?



    A Sara é jornalista, ou foi jornalista, é comunicadora de ciência e alguém que passou os últimos 20 anos a contar histórias sobre saúde, ciência e inovação. Agora, trabalha no INESC- ID, onde ajuda cientistas a comunicar melhor o que fazem. Mas a essência do seu trabalho continua a ser a mesma: procurar a lógica que faz uma boa história funcionar. Como rigor, e simplicidade. Mas sempre uma boa história.



    E isso leva-nos ao primeiro dilema da conversa: o jornalismo e a ciência são amigos ou inimigos? De um lado, os jornalistas que querem simplificar, traduzir conceitos complicados para toda a gente perceber. Do outro, os cientistas, rigorosos, meticulosos, nem sempre muito pacientes para explicar os detalhes. Durante muito tempo, estes dois mundos desconfiaram um do outro. Mas hoje, mais do que nunca, precisam de trabalhar juntos.



    O problema é que, no meio disto, há sempre um risco: até onde se pode simplificar sem deturpar? Como se pode contar uma boa história sem perder o rigor? A Sara diz que o truque está na coerência e na lógica. Se um argumento não faz sentido, se um mito não bate certo, o cérebro dela dispara um alerta. E esse radar já evitou muita asneira.



    Depois, claro, falamos de inteligência artificial. No INESC, a Sara acompanha projetos que aplicam IA à saúde, como o Halo — um sistema que ajuda pessoas com doenças graves que impedem a fala a voltarem a comunicar, recriando digitalmente a sua própria voz.



    A IA está a transformar tudo, mas será que sabemos mesmo o que estamos a fazer? A Sara diz que há dois tipos de pessoas neste debate: os otimistas, que veem a IA como uma ferramenta incrível, e os pessimistas, que acham que estamos a brincar com fogo. No INESC, onde se trabalha com os conceitos de base da IA há mais de 25 anos, a perspetiva é clara: é preciso separar o mito da realidade.



    E, já que falamos de mitos, entramos num dos temas mais divertidos da conversa. Será que só usamos 10% do nosso cérebro? Será que o frio causa constipações? E, já agora, será que fazer sexo queima tantas calorias como um treino no ginásio? (Alerta expectativas: não, exceto caso estejamos a fazer algo mesmo muito inovador. E atlético. )



    A verdade é que adoramos acreditar em histórias simples. E é por isso que os mitos sobrevivem. Porque encaixam bem, porque explicam o que não conseguimos entender e, muitas vezes, porque dão jeito a alguém. Como aqueles cursos que te prometem desbloquear os outros 90% do seu cérebro.



    A Sara escreveu um livro sobre isto — Cem Mitos, Sem Lógica — onde desmonta estas histórias com ciência e bom humor.

  • Quando há uma crise de saúde, terramoto, fogo ou inundação de escala cataclismica todos os países de mobilizam para responder.



    Seja uma pandemia de gripe, um sismo na Turquia ou uma guerra no centro de África. Ou em plena Europa.



    As primeiras equipas de socorro precisam de chegar e instalar.-se depressa.



    E esse movimento é um desafio gigantesco em contra relógio.



    Um desafio de logística e de comunicação.



    Qual é o melhor sítio para aterrar?



    Onde se colocam os hospitais de campanha?



    Como se distribuem as equipas de ajuda?



    É para resolver rapidamente estes problemas que uma equipa de portugueses criou uma ferramenta com o curioso nome de TERRATACTIX.



    Mas o que é, afinal, o Terratactix? Imagine um sistema que combina imagens de satélite em 3D, realidade aumentada e inteligência artificial para ajudar equipas médicas de emergência a planear operações em qualquer canto do mundo. É como se juntássemos tecnologia espacial, algoritmos avançados e um guia prático de organização — tudo ao serviço de salvar vidas.



    O Terratactix permite que estas equipas definam previamente onde colocar tendas de campanha, incineradores, veículos ou outros recursos, tudo com base em dados precisos. Mais do que isso, ele ajuda a prever situações críticas, como cheias, incêndios ou mesmo os efeitos de desastres naturais, permitindo que as decisões sejam tomadas com segurança e eficiência antes mesmo de se chegar ao terreno.



    Este é apenas um exemplo prático de como a inteligência artificial está a mudar a forma como enfrentamos problemas globais.



    Afinal, a inteligência artificial já não é apenas um conceito futurista ou algo que vemos nos filmes. Ela é usada para gerir crises de saúde, prever desastres naturais, otimizar a logística de operações em tempo real e até para simular o comportamento humano em situações críticas, como a evacuação de um estádio.



    Nos próximos minutos, vamos explorar este universo de possibilidades e desafios. Vamos falar sobre como a inteligência artificial funciona, o que está por trás de expressões como “algoritmos” e “nuvem”, e, porque é que estamos tão fascinados — e, ao mesmo tempo, um pouco assustados — com esta tecnologia.



    Vamos desmistificar o que parece complicado e mergulhar nas questões mais profundas:



    •Será que estamos no caminho para uma inteligência artificial verdadeiramente independente?



    •O que ainda falta para a Europa alcançar outros países no desenvolvimento destas tecnologias?



    •E mais importante: onde é que entra o papel do ser humano neste processo?



    Se é verdade que a inteligência artificial pode substituir tarefas repetitivas e resolver problemas complexos, também é verdade que nunca deixará de depender da criatividade humana, da visão do “sonhador”. Afinal, máquinas podem processar dados em velocidades impressionantes, mas são os humanos que conseguem imaginar o que não existe e transformar ideias em realidade.



    Falaremos ainda sobre como esta tecnologia pode ser democratizada. Hoje, com ferramentas como o ChatGPT e outros modelos de linguagem natural, qualquer pessoa consegue interagir com sistemas avançados de IA sem precisar de ser programador. Isso significa que a IA não é apenas para especialistas — ela está acessível a todos, desde que saibamos como usá-la conscientemente.



    E, claro, não podíamos deixar de discutir a questão da privacidade. Num mundo onde quase tudo está na nuvem — desde as nossas fotografias até dados de saúde, sensíveis por definição —, como protegemos as informações mais pessoais? Será que modelos locais, instalados nas próprias organizações, podem ser a solução para minimizar os riscos? Ao invés das grandes nuvens de servidores?



    Os servidores são na prática computadores gigantes que armazenam e distribuem informação.



    Hoje, no Pergunta Simples, vamos descomplicar o complexo, celebrar os avanços tecnológicos e refletir sobre o que ainda precisa de ser feito. O Terratactix, com o seu reconhecimento pela OMS,

  • O meu fascínio pelas boas histórias é lendário,E a minha curiosa de sobre a maneira como os escritores trabalham é sempre grande.Por isso vamos lá mergulhar de cabeça na arte de criar estórias, escritas no papel.Nessa fabulosa invenção chamada livro.



    Sempre quis saber como escrevem os autores os seus livros.De onde nascem as ideias, como se criam personagens e se escorem as histórias.Por isso convidei Patrícia Reis, jornalista e escritora, para nos levar numa viagem ao coração do seu universo criativo.Ela partilha como constrói as suas histórias, como lê os livros que a inspiram e aborda temas que vão além da literatura, tocando questões sociais e culturais atuais.



    Para Patrícia Reis, a escrita começa sempre com as personagens. Elas não surgem apenas como ideias abstratas, mas como figuras completas — com histórias, personalidades e uma necessidade urgente de serem contadas. É a partir delas que os seus livros ganham forma. Num processo quase intuitivo, ela rejeita esquemas rígidos de narrativa, preferindo deixar as histórias fluírem naturalmente, numa descoberta constante. Por vezes, as personagens assumem tal autonomia que alteram completamente o rumo que ela inicialmente imaginava.



    A leitura, por outro lado, é descrita como um refúgio, uma fonte de inspiração e, acima de tudo, uma experiência transformadora. Patrícia acredita que cada livro tem um momento certo na vida do leitor que a sua interpretação muda com a idade e a experiência. Alguns livros resgatam-nos em tempos difíceis, outros desafiam-nos a ver o mundo de uma nova perspetiva. E há ainda os que nos deixam órfãos ao terminarem, tamanha é a sua profundidade e impacto.



    Para além da escrita e da leitura, falámos de temas sociais e culturais que atravessam os dias de hoje.Patrícia Reis é uma voz ativa na defesa do papel da mulher no mundo.O feminismo, por exemplo, surge como uma luta por igualdade e justiça, longe de qualquer polarização. Ela reflete sobre como as mulheres em posições de poder enfrentam ataques específicos, como as críticas diretas e maldosas ao corpo das mulheres na espera pública, e sobre a persistência de desigualdades salariais e sociais.



    As redes sociais também entram na conversa como um espelho das dinâmicas sociais atuais. Patrícia questiona o impacto que a polarização e o discurso de ódio têm sobre o diálogo e a construção de pontes entre pessoas com opiniões diferentes. Para ela, a falta de espaço para conversas abertas e para a troca de ideias é um dos maiores desafios da era digital.



    Claro que falamos também de jornalismo,Sobre a importância do jornalismo. Patrícia Reis defende que uma democracia saudável depende de um jornalismo que aprofunde contextos, promova pensamento crítico e mantenha a sociedade informada. Aponta, no entanto, os desafios do setor, como a precariedade das redações e a superficialidade de muitos conteúdos na atualidade.



    Este episódio é uma oportunidade para explorar o poder transformador das palavras — escritas e lidas.



    A biografia dos escritores está sempre expressa nos livros que escrevem. Ao escolher os temas, ao imaginar uma história os autores escolhem as armas com que nos vão ora encantar, ora desassossegar.



    Na página do Pergunta Simples está lá a informação dos livros que Patrícia Reis escreveu até agora. Vale sempre a pena ler.



    Livros de Patrícia Reis




    A Desobediente (2024)



    Da Meia Noite às Seis (2021)



    As Crianças Invisíveis (2019)



    A Construção do Vazio (2017)



    Contracorpo (2013)



    Mistério no Benfica - O Roubo da Taça dos Campeões Europeus (2012)



    Assalto à Casa Fernando Pessoa (2012)



    Por Este Mundo Acima (2011)



    Mistério no Oceanário (2011)



    Mistério na Primeira República (2010)



    Um Mistério em Serralves (2010)



    Mistério no Museu da Presidência (2009)



    Antes de Ser Feliz (2009)



    O Que nos Separa dos Outros por Causa de um Copo de Whisky (2014)



    No Silêncio de Deus (2008)



    A fada Dorinda e a Bruxa do Mar (2008)



  • Ser o fotógrafo oficial do Primeiro-Ministro é uma missão que mistura dedicação, intensidade e um profundo sentido de responsabilidade.



    Documentar o dia a dia de uma figura política tão relevante exige muito mais do que técnica; é necessário capturar a essência dos acontecimentos e transmitir, através das imagens, uma narrativa que comunique tanto com a população quanto com os públicos institucionais.



    O trabalho de Gonçalo Borges Dias envolve acompanhar viagens, eventos diplomáticos e toda a agenda oficial, sempre para criar registos que reflitam a energia, o carisma e a seriedade da função do chefe do governo.



    Cada fotografia precisa de contar uma história, respeitando as dinâmicas protocolares e, ao mesmo tempo, mantendo a espontaneidade. Só isso pode representar uma tensão no momento de fazer “aquela” fotografia que todos vemos nos canais de comunicação do governo.



    Tudo é importante. O gesto, o enquadramento, o ângulo, a luz.



    Tudo vale para contar a história.



    A experiência acumulada no fotojornalismo mostrou-se crucial para lidar com a pressão e a velocidade do trabalho.



    Ele traz para o seu dia a dia a capacidade de captar momentos que misturam a beleza da composição com o significado noticioso. No entanto, o ritmo intenso é comparado ao de uma equipa de alta competição, onde cada segundo é precioso.



    Uma parte essencial deste trabalho é a comunicação com o fotografado.



    Hoje Luís Montenegro. Como antes com mil pessoas noticiáveis.



    Ou de fazer retratos mais cuidados e sem a pressão diária da agenda mediática-



    A necessidade de criar um ambiente de conforto e confiança é constante, especialmente com uma figura que está sempre sob os holofotes. O objetivo é capturar o melhor lado da pessoa, não apenas em termos estéticos, mas também emocionais e humanos.



    Aprendi que a luz desempenha um papel central na fotografia. Cada tipo de iluminação é pensado para criar imagens que sejam coerentes com o momento e causadoras de impacto para quem as observa. Seja usando luz pontual para destacar o protagonista ou matricial para capturar o todo, a atenção aos detalhes é uma constante.



    Outro aspeto interessante do trabalho é a narrativa visual. A intenção é construir um registo documental que tenha princípio, meio e fim. Mesmo com as limitações impostas pelos protocolos, há uma busca por retratar não apenas o lado político, mas também o humano. As imagens visam mostrar o Primeiro-Ministro não apenas como uma figura de estado, mas também como pessoa.



    Este tipo de fotografia tem os seus desafios únicos, principalmente quando comparada ao fotojornalismo tradicional. O trabalho requer um olhar crítico constante para criar imagens que sirvam tanto ao registo histórico quanto à comunicação política. Há uma preocupação em equilibrar o lado estético com o significado político e institucional de cada imagem. Não é jornalismo, é comunicação institucional.



    O papel do fotógrafo oficial é também um trabalho de equipa. A sintonia com os assessores de comunicação, protocolo e outros profissionais é fundamental para garantir que cada momento seja capturado com qualidade e alinhado à narrativa pretendida.



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    Transcrição automatica

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    Ora, vivam. Bem vindos ao Pergunta simples o vosso caso sobre comunicação. Imaginem que vossa vida, nos próximos meses ou anos, será como sombra em todos os passos do Primeiro-Ministro. Neste caso, sombra e luz, principalmente luz. Apresento vos Gonçalo Borges Dias, fotógrafo profissional e agora fotógrafo oficial do Primeiro-Ministro Luís Montenegro. Vai a todo lado. Está sempre lá e oferece nos a história ao ritmo de um click da sua máquina fotográfica.

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    Em todo lugar, a todo o momento.

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    Ser o fotógrafo oficial do Primeiro-Ministro é uma missão que mistura dedicação, intensidade e um profundo sentido de responsabilidade. Documentar o dia a dia de uma figura política t...

  • Nunca tiveram a sensação de que o dinheiro se está a esvaziar na nossa carteira?



    É a economia, estúpido, dizem-me vocês, cheios de razão.



    Se há realidade que se altera por decisão das pessoas, essa realidade é a economia. 



    Talvez isso explique porque é tão difícil fazer previsões económicas ou comunicar estas coisas do dinheiro. 



    Se anunciamos a crise, as pessoas acautelam-se e compram menos.



    Em princípio é inteligente. Cautelas e caldos de galinha não fazem mal a ninguém.



    O será que fazem? Se todos ficarmos com medo, gastamos menos, compramos menos, logo vende-se menos e com isso produz-se menos. Daí à queda dos impostos cobrados e ao desemprego é um saltinho.



    E basta um susto. E lá se vai a expectativa por aí abaixo.



    Ou então o contrário: uma súbita euforia, um par de informações que nem conhecemos bem, e desata tudo a comprar este mundo e o outro como se o planeta tivesse acelerado. 



    E o ciclo torna-se magicamente otimista.



    No fundo, isto da economia é uma espécie de montanha-russa: se acreditares vai, se não, agarra-te.



    Esta primeira edição de ano novo é sobre o dinheiro. O que temos, o que desapareceu, o que devemos e o que esperamos ter.



    Para onde está a ir o meu dinheiro?



    O custo de vida, a inflação, os salários e as escolhas económicas que definem o nosso futuro. 



    Decidi meter-me num molho de binóculos e tentar descomplicar assuntos que, à primeira vista, parecem técnicos, mas que estão presentes no nosso dia a dia.



    Mas não venho sozinho. Convidei Pedro Brinca, professor na Nova SBE e especialista em macroeconomia. A economia dos grandes. A que acaba por mandar nos nossos tostões.



    Por que razão os preços dispararam? 



    Pense no supermercado: o tomate que costumava custar um euro agora está o dobro, e a conta final já não parece a mesma. 



    Durante a pandemia, muitas cadeias de produção pararam, e isso gerou um efeito dominó. Produtos essenciais começaram a escassear, e mesmo após o regresso à normalidade, a energia mais cara e os custos de transporte mantiveram os preços altos. Essa realidade chegou também à produção agrícola: os fertilizantes, dependentes de energia, tornaram-se mais caros, e isso reflete-se em alimentos básicos que consumimos diariamente.



    Mas será que é só isso? Ou aproveitando a maré, alguém fez subir a conta mais do que o aumento do custo das coisas?



    Outro exemplo prático vem do crédito à habitação. 



    Se tem um empréstimo, já sentiu o peso das prestações a subir. Agora parece finalmente aliviar um bocadinho. Mas subiu muito nos últimos anos.



    Para muitas famílias, isso significa apertar o cinto, cortar viagens, refeições fora ou outras despesas que antes eram possíveis. É carestia da vida em todo o seu fulgor.



    Este fenómeno não é apenas uma coincidência. As taxas de juro são ajustadas pelos bancos centrais para reduzir a inflação, retirando dinheiro do consumo. 



    Mas será justo que tantas famílias suportem esse fardo?



    Há também uma reflexão sobre as características da economia portuguesa. Pense nos pequenos negócios, como salões de cabeleireiro ou cafés. Apesar de serem fundamentais para a comunidade, a dependência excessiva deste tipo de empresas dificulta o crescimento do país. Negócios pequenos têm menos capacidade de gerar empregos com bons salários ou de competir no mercado global. É por isso que as economias mais dinâmicas apostam em grandes empresas e em inovação, algo que Portugal continua a desenvolver.



    E o que dizer dos salários? Ai que dor.



    Muitas pessoas sentem que, mesmo ganhando mais, o dinheiro simplesmente desaparece. Isso é explicado pela “ilusão monetária”: se os preços sobem mais rápido que os salários, o poder de compra reduz-se. Parece que se está sempre a correr atrás do prejuízo, e isso é uma das maiores preocupações para quem tenta equilibrar o orçamento doméstico.



    Mas há pontos positivos. A sério.



     Por exemplo, em comparação com outros países, os salários reais em Portugal têm mostrado sinai...

  • Há 2024 anos nasceu Jesus.



    Assim reza a história e tradição cristã.



    E hoje ainda vale celebrar o natal?



    Hoje, temos uma conversa que promete iluminar muitos aspetos da nossa existência e nos levar a refletir sobre questões essenciais da vida, da fé e do mundo em que vivemos. Da fé, mas não só.



    O convidado é o Padre Miguel Vasconcelos, capelão da Universidade Católica de Lisboa,



    Alguém que se sonhou engenheiro e acabou a ser ordenado sacerdote,



    O Padre Miguel consegue explicar coisas tão complexas e misteriosas como a fé em três frases.



    Nesta conversa, exploramos o significado do Natal, mas também muito mais do que isso. Falamos de como, em tempos de escuridão – sejam eles conflitos no mundo, crises pessoais ou simples dúvidas existenciais —, o Natal pode ser uma luz.



    Não uma solução mágica para os problemas, mas um convite a acreditar na possibilidade de recomeçar.



    Discutimos o simbolismo do presépio como uma mensagem de vulnerabilidade e esperança, que nos desafia a sermos mais humildes e disponíveis para o outro.



    Mas não paramos por aí.



    Entramos também numa questão central: Deus. A ideia de Deus.



    Deus existe?



    Quem é Deus?



    E como lidamos com a dúvida, o silêncio ou até mesmo a sensação de abandono em momentos difíceis?



    Miguel Vasconcelos reflete sobre a complexidade desta relação, reconhecendo que a experiência de Deus é tanto transcendente quanto profundamente íntima. É um diálogo constante entre o que é infinitamente grande e aquilo que é infinitamente pequeno em nós.



    Há também espaço para uma reflexão sobre o papel da religião no mundo contemporâneo.



    Falamos de como, muitas vezes, a fé é vista como algo distante ou solene, quando na realidade está profundamente ligada à celebração da vida e até ao riso e à festa. Questionamos se a religião é um caminho de respostas, ou antes, um espaço para levantar as grandes perguntas da existência. Para o Padre Miguel, a fé não elimina a dúvida; pelo contrário, vive ao lado dela como um motor de busca e de encontro com o eterno.



    E claro, sendo o Padre Miguel um orador experiente, quis ouvi-lo sobre a arte de comunicar em público. O que significa falar de Deus para uma audiência, ou mesmo escutar as dores e os dilemas de alguém no confessionário?



    Para ele, a chave está na honestidade – seja na palavra ou na escuta – e em nunca transformar a mensagem num espetáculo, mas antes num ato genuíno de serviço.



    Este é um episódio sobre humanidade, espiritualidade e a busca por sentido, que promete trazer não só respostas, mas também muitas perguntas para refletirmos juntos.



    Feliz natal para todos.Até para a semana.



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    00:00:00:11 - 00:00:30:24
    .
    Viva Miguel Vasconcelos, padre de vocação, capelão da Universidade Católica de Lisboa. Estamos em tempos de Natal. Como é que ainda faz sentido celebrar o Natal? Como nós celebramos? Então, antes de mais, olá! Vão estar aqui sim, e acho que faz sentido. Será o Natal. E acho que nos tempos em que passamos, nos tempos que atravessamos, estava ainda seja mais evidente por que é importante celebrar agora o Natal.

    00:00:31:01 - 00:00:58:16
    .
    O mundo parece escuro à nossa volta. A gente vê as guerras. Estamos críticos, por assim dizer, às vezes sem grande promessa de melhoria. Vemos as flores e sonhos políticas e por aí fora. Vemos, enfim, tantos problemas que tive aqui elencar os que os que estão na moda, por assim dizer. Mas também sabemos que há muitos problemas mais discretos que que foi que preocupam a vida das pessoas e que afrontam a vida de qualidade de muitas pessoas.

    00:00:58:18 - 00:01:26:20
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    E acho que isso é um. Estes tempos são tempos em que a gente passa algum tempo a pensar o mundo parece escuro, mas também acho que é verdade que precisamente num contexto de alguma escuridão, a luz interessa nos. E eu penso que o Natal tem esse poder, tem essa capacidade de devolver alguma luz aos dias, os dias em que estamos,

  • Hoje, falamos de um tema urgente: a infância e como as experiências vividas nesta fase moldam o futuro. Tempo de necessidade máxima de amor e proteção.



    O que acontece quando a proteção falha?



    Como podemos ajudar crianças em risco?



    E o que podemos aprender sobre o papel das famílias, das escolas e da sociedade? Nesta conversa ouço Rui Godinho, psicólogo e diretor da Infância e Juventude da Santa Casa da Misericórdia, um especialista com décadas de experiência a salvar, literal e simbolicamente, crianças maltratadas.



    Por vezes acordamos, chocados, com as consequências diretas de uma infância infeliz.



    Uma adolescente de 16 anos matou a irmã e, no tribunal, disse: “Estar na cadeia é melhor do que estar em casa.” Este caso, que começou com maus-tratos familiares e culminou numa tragédia, expõe um padrão: a comunidade, muitas vezes, não vê os sinais ou não age a tempo.



    “Este não foi um crime isolado”, ouvi eu explicar Rui Godinho. “Ele é o resultado de anos de negligência e violência.” Professores relataram que a jovem era agredida pelo pai à porta da escola, e ainda assim, ninguém interveio.



    Este caso levanta questões difíceis: por que motivo instituições como escolas ou centros de saúde não identificaram o problema antes? Provavelmente os sistemas de proteção estão desatualizados e focados apenas nos sinais mais óbvios, como pobreza extrema ou agressões físicas visíveis, enquanto maus-tratos psicológicos, mais subtis, continuam a ser ignorados.



    Quando a negligência ou maltrato é detetada, estas crianças são retiradas do seu ambiente familiar. Idealmente para encontrar uma vida melhor.



    Muitas crianças em risco são acolhidas por famílias ou colocadas para adoção. Entretanto, ficam à guarda de instituições financiadas pelo estado. Mas tanto o acolhimento como a adoção requerem mais do que boa vontade. “Estas crianças vêm de histórias difíceis”, ouvi eu “Muitas vezes, testam os limites dos novos cuidadores porque nunca tiveram estabilidade.”



    Rui Godinho dá um exemplo simples: quando uma criança finalmente encontra um ambiente seguro, pode desafiar os pais adotivos como forma a verificar se os laços são reais. Esse comportamento não é de rejeição, mas sim uma tentativa de construir confiança. De validar. Uma espécie de “vamos lá ver se gostas mesmo de mim a sério”



    O psicólogo sublinha a importância de preparar as famílias para lidarem com estas situações. Além disso, destaca que, em Portugal, ainda há uma cultura muito centrada em instituições, quando o ideal seria que mais crianças pudessem ser acolhidas em famílias.



    A lei tem hoje várias possibilidades: da clássica adopção, às famílias de acolhimento e até ao apadrinhamento civil. E o número de crianças em instituições tem vindo a descer.



    Nesta conversa olhamos também para as infâncias felizes.



    E ao extremo oposto: os pais demasiado protectores.



    Fixem o conceito “hiperparentalidade negligente”.



    Este tipo de proteção excessiva reflete um medo exagerado dos riscos, que impede as crianças de aprenderem a lidar com desafios. Ele sugere que os pais deixem espaço para os filhos experimentarem e errarem, de forma segura. É nesse equilíbrio entre proteção e liberdade que as crianças desenvolvem competências para a vida adulta.



    A educação na Primeira Infância é crítica.



    As diferenças no início da vida podem determinar o sucesso ou o fracasso de uma criança. Aos 3 anos, uma criança de uma família com menos recursos pode conhecer 400 palavras, enquanto outra, de um contexto mais favorecido, pode chegar às 1200. Esta disparidade, explica, não é apenas numérica: é uma barreira que define o acesso ao conhecimento, à leitura e, mais tarde, ao emprego.



    A solução? Investir na educação desde cedo. Creches e pré-escolas de qualidade são fundamentais para reduzir estas desigualdades. Mais importante ainda, criar ambientes que estimulem as crianças a explorar, pensar e interagir com o mundo.



    Afinal comunicar.

  • Oficialmente é médica psiquiatra.



    Na prática, é uma ouvidora profissional ajudando pessoas a quem foi diagnosticado cancro. Ouve doentes, famílias e profissionais que tratam esta doença no IPO do Porto.



    Susana Almeida dirige o serviço de psiquiatria deste hospital.



    Mas de facto é uma especialista em transformar dor em narrativa, sofrimento em resiliência e perda em oportunidade de crescimento.



    No seu dia-a-dia aprendeu que a “A nossa cara diz muito sobre nós”, explicando que o trabalho de um psiquiatra começa antes mesmo de o doente nem sequer abrir a boca.



    É no detalhe que Susana encontra o primeiro capítulo de cada história. O olhar desviado, a hesitação ao caminhar, a escolha das palavras — tudo é revelador.



    Voltamos à observação da linguagem não verbal. Onde o gesto fala. E diz coisas que aa pessoas não conseguem colocar em palavras.



    É como se a palavra angústia estivesse em cada trejeito, tremura ou olhar vago.



    Claro, há o gesto e a palavra. Mas comunicar é também não comunicar.



    Explico-me: o não dito é uma forma de dizer.



    O desafio de Susana Almeida não é apenas escutar o que é dito, mas decifrar o que fica por dizer. A sua experiência diz-lhe que o confronto com uma doença grave é, muitas vezes, um momento de balanço.



    O momento da nostalgia do que poderíamos ter sido. O confronto com as escolhas da vida. Porque escolhi ser isto e não aquilo. Porque decidi estar com esta pessoa e não outra. Ou nenhuma.



    Perguntas sem resposta apaziguadora. E sem tempo para reviver.



    Depois há o confronto com o corpo. Com a possível ou real mutilação.



    Com o impacto no lar.



    Ouvi a história de uma mulher que recusava a ideia de ter de tirar uma mama porque os seios eram parte fundamental e inegociável da sua identidade pessoal.



    Mas este episódio não é só dor.



    É uma conversa carregada de energia e esperança.



    De pacificação, crescimento e possibilidade.



    Bem-vindos à discussão milenar da condição humana.



    Vale ouvir. Vale partilhar.



    A luta contra as grandes adversidades recolhe forças nos dias bons.



    Nos dias que passaram, nos dias que hão de vir.



    A alegria de um momento robusto de afetos funciona sempre como uma bateria. E as esperança do melhor como dínamo de energia.



    Vale sempre ouvir. Vale falar. Vale ser humano. Na mais universal das definições.



    RESUMO



    No Instituto Português Oncologia do Porto, num gabinete repleto de histórias não contadas, a psiquiatra Susana Almeida enfrenta diariamente as fragilidades da condição humana. Diretora do serviço de Psiquiatria, Susana Almeida é especialista em transformar dor em narrativa, sofrimento em resiliência e perda em oportunidade de crescimento. “A nossa cara diz muito sobre nós”, começa por explicar, sublinhando que o trabalho de um psiquiatra começa antes mesmo de o doente abrir a boca.



    É no detalhe que Susana encontra o primeiro capítulo de cada história. O olhar desviado, a hesitação ao caminhar, a escolha das palavras — tudo é revelador. “A observação do não verbal é essencial. Como alguém chega à consulta pode dizer mais do que qualquer exame.” No IPO, onde os doentes frequentemente enfrentam diagnósticos de cancro, estes sinais tornam-se ainda mais importantes. “Muitas vezes, as pessoas não conseguem verbalizar a angústia, mas ela está lá, evidente nos gestos e na postura.”



    O desafio de Susana não é apenas escutar o que é dito, mas decifrar o que fica por dizer. A sua experiência diz-lhe que o confronto com uma doença grave é, muitas vezes, um momento de balanço. “Há quem se foque no presente, mas muitos são assombrados pela nostalgia do que poderia ter sido. Escolhas que não fizeram, caminhos que não tomaram, relações que não cultivaram. É como se o tempo parasse num passado idealizado, mas a verdade é que o que não foi vivido não é garantia de nada melhor.”



    Entre os relatos que marcaram o seu percurso, Susana recorda uma paciente que recusava a ideia de uma mastectomia.

  • A maneira como narramos as histórias conta.



    Como contamos o que vemos. Como ignoramos o que não queremos ver.



    Neste episódio vamos ao bairro. Ao bairro que insistimos em não ver.



    O bairro são muitos bairros.



    Mas todos, sem exceção, são chamados periféricos ou de intervenção social.



    Um lugar onde tudo é difícil.



    Da vida até às histórias que se contam dele.



    O bairro veio ao Pergunta Simples.



    E simples é tudo o que o bairro não é.



    António Brito Guterres é um alquimista dos estudos urbanos.



    Da formação em assistência social ao trabalho diário nos bairros onde é mais difícil viver.



    Ele assume-se como um narrador das vidas que por lá se vivem. Ou sobrevivem.



    No seu trabalho, ele escuta as comunidades, observa os seus gestos, compreende as suas dores e, mediante narrativas genuínas, auxilia-as a ressignificar as suas realidades. É alguém que acredita que toda a história merece ser contada — principalmente aquelas que ainda não saltaram os “muros” das periferias e que, por isso, permanecem invisíveis para grande parte da sociedade.



    Como urbanista e investigador, António tem estado na linha da frente da reflexão sobre como as cidades são desenhadas, quem nelas vive e como podemos construir espaços mais justos e inclusivos. Ele trabalha nos “pontos de dor”, como ele próprio descreve, onde as contradições do nosso sistema ficam expostas: bairros marginalizados, escolas com altas taxas de retenção, espaços urbanos negligenciados e vidas empurradas para o silêncio.



    Durante a conversa, exploramos como as desigualdades estruturais perpetuadas pelo urbanismo, pelas políticas públicas e pela comunicação.



    Falámos muito sobre Importância das Narrativas:



    Como as histórias das periferias são frequentemente limitadas a narrativas de crime ou tragédia nos ‘media’ tradicionais, ou nas redes sociais.



    As mesmas redes socais que abrem caminhos para exemplos de resistência narrativa, como movimentos culturais que emergem desses bairros, desafiando preconceitos e estigmas.



    Músicos que nem sabíamos existirem até terem milhões de ouvintes, poetas escondidos que fazem as letras para a cantiga de protesto, artistas plásticos que mais depressa ganham um prémio internacional do que aparecem na televisão portuguesa.



    Quão surdos estamos para não querer ouvir estas vozes?



    Quão alto é o muro criado pelo urbanismo do betão feio?



    Do Urbanismo como ferramenta de exclusão ou emancipação:



    Falámos da forma como a arquitetura pode ser usada para segregar comunidades e criar “gaiolas” em vez de trampolins sociais.



    Da forma como a educação pode ajudar ou deixar que se repita o ciclo da Pobreza:



    Mas não desistimos por aqui. Porque navegamos na cultura como Forma de resistência:



    A ascensão de artistas periféricos, como rappers e criadores culturais, que usam a arte para reescrever as narrativas dos seus territórios.



    Proponho que viajemos aos bairros. Ouvir. Simplesmente, ouvir.



    Há uma história que precisa de ser recontada.



    LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO


    00:00:12:24 - 00:00:44:07
    JORGE CORREIA
    Uma dádiva. Um Bem vindos ao. Pergunta simples O vosso pecado sobre a comunicação. A maneira como narramos as histórias conta como contamos o que vemos, como ignoramos o que não queremos ver. Neste episódio vamos ao bairro, ao bairro que insistimos em não ver o bairro. São muitos bairros, mas todos, sem exceção, são chamados de periféricos ou de intervenção social, num lugar onde tudo é mais difícil da vida e das histórias que se contam dele.

    00:00:44:13 - 00:01:01:00
    JORGE CORREIA
    Do bairro veio a pergunta simples e simples é tudo aquilo que o bairro não é?

    00:01:01:02 - 00:01:30:16
    JORGE CORREIA
    António Guterres é um alquimista dos estudos urbanos, da formação em essência social, ao trabalho diário nos bairros onde é mais difícil viver e assume se como um narrador das vidas que por lá se vivem ou sobrevivem. No seu trabalho, ele escuta as comunidades, observa os seus gestos,

  • Dizem que há três linguagens universais: a música, a matemática e o desporto. No desporto, o futebol destaca-se como a língua franca mais consensual. É um idioma que todos parecemos entender, independentemente da idade, do género ou da geografia.



    São 11 jogadores contra outros 11. Um campo, uma bola, e tudo o que fazem parece ser compreendido por todas as pessoas. De José Mourinho ao adepto mais comum na bancada ou em casa. Todos sabemos quando era penálti. Todos vemos a genialidade de um passe ou sentimos que o falhanço podia ter sido o nosso, mesmo que só joguemos no sofá.



    Mas o futebol é um paradoxo de comunicação: da simplicidade absoluta de “marcar um golo” à complexidade tática de uma equipa que joga rápido, bem e em harmonia.



    O futebol também é emoção. Hoje, o treinador é o melhor do mundo. Amanhã, devia ser despedido sem pestanejar. E tudo depende de uma coisa tão simples como a bola entrar ou não entrar.



    Mas será que o futebol é só isso? Emoções e golos? Para entendermos melhor a linguagem deste jogo universal, convidei uma das melhores treinadoras portuguesas de futebol: Helena Costa. Atualmente, Helena aparece nos grandes estádios da Europa, explicando-nos os jogos como poucos conseguem — de forma simples, acessível e direta, que até eu consigo entender.



    Helena Costa tem no currículo momentos extraordinários. Participou na formação de talentos de elite, como Bernardo Silva, quando treinava nas escolinhas do Benfica. Aceitou o desafio de ir ao Qatar para criar, do zero, uma seleção nacional feminina. E foi até ao Irão, um país onde a cultura e a condição feminina levantam barreiras que poucos ousam enfrentar.



    Esta conversa é sobre a comunicação no desporto de alta competição. Mas também é sobre talento, liderança e a melhoria constante do desempenho.



    A nossa convidada não é apenas treinadora e comentadora desportiva. Ela é também scout, ou seja, 'olheira' de talentos. Helena tem o olhar treinado para identificar o que separa um bom jovem jogador de alguém que, um dia, vestirá a camisola da seleção nacional. E spoiler: não é só a técnica que conta. É também a rapidez de pensamento, a leitura tática e a capacidade de ver o jogo como um todo — a sua equipa, o adversário e o momento certo para agir.



    No entanto, mesmo os craques, ou talvez especialmente eles, nem sempre lidam bem com as críticas dos treinadores. Porque, no futebol, o talento só é suficiente quando é acompanhado de resiliência, disciplina e a vontade de melhorar.



    E é aqui que entra a comunicação. É através dela que treinadores e jogadores se afinam, que talentos se desenvolvem e que equipas se tornam campeãs.



    Esta pode parecer uma conversa sobre futebol, mas é muito mais do que isso. É sobre liderança, sobre ultrapassar limites e, acima de tudo, sobre a condição humana.



    TEMPOS E TEMAS



    [00:00] Introdução ao PodcastTítulo: Boas-vindas e Introdução ao TemaResumo: O apresentador dá as boas-vindas aos ouvintes e introduz o tema do episódio, que explora a comunicação no futebol, destacando a universalidade do desporto e a complexidade da comunicação envolvida.



    [00:35] Apresentação da ConvidadaTítulo: Apresentação de Helena Costa



    Resumo: O apresentador apresenta Helena Costa, uma treinadora e comentadora desportiva de renome, mencionando a sua experiência em treinar jovens talentos e a sua atuação em diferentes países, incluindo Qatar e Irão.



    [01:35] Comunicação e Emoções no FutebolTítulo: A Complexidade da Comunicação no FutebolResumo: Discussão sobre como o futebol é um paradoxo de emoções e comunicação, onde a simplicidade de marcar um golo contrasta com a complexidade tática do jogo.



    [02:53] O Papel do Treinador e do ScoutTítulo: A Missão de Identificar TalentosResumo: Helena fala sobre a importância da comunicação na formação de jogadores e como ela visa identificar talentos que podem se destacar no futebol.



    [04:09] Desafios de Ser Mulher no FutebolTítulo: Desafios de Ser TreinadoraResumo: Helena discute ...

  • Pedro Coelho dos Santos revela como a comunicação estratégica pode moldar percepções, inspirar ações e influenciar decisões. Descubra técnicas práticas, histórias reais e lições que transformam líderes em comunicadores eficazes. Uma conversa imperdível sobre empatia, simplicidade e impacto.
    Uma conversa sobre liderança e técnicas de comunicação usadas por todos os melhores e mais visionários líderes do mundo. Assim como por cá.

  • Hoje falamos da mais profissional, eficaz e eficiente máquina de criação e gestão das expectativas: a política.



    Usando as ferramentas da comunicação, os políticos de todo o mundo criam percepções favoráveis às suas causas.



    São essas percepções que permitem um suporte da opinião pública para as posições e decisões que os políticos tomam no nosso nome.



    E essa máquina das percepções obedece a regras e estratégias muito bem definidas.



    Pelo menos assim era no tempo dos ‘media’ tradicionais.



    Agora há um novo mapa a ser desenhado: o mundo alimentado pelas redes sociais.



    Trocaram-se os editores e jornalistas por robôs e algoritmos.



    E a comunicação política repensou a sua forma de fazer o que sempre fez: influenciar o pensamento da opinião pública.



    Com um refrescado conceito chamado polarização. Não é novo. Mas está na moda.



    Do telejornal às manchetes dos jornais.



    Da voz na manhã da telefonia até aos programas de debate.



    Do contacto direto com os cidadãos até à transmissão em direto de eventos criados precisamente para serem transmitidos.



    E agora as redes sociais: o velhinho Facebook onde todos continuamos a estar.



    O Twitter agora batizado de X, por onde correm as mais disputadas e virulentas discussões políticas e sociais. Ou mesmo o Instagram e o TikTok, lançados para criar atenção pela beleza da foto-autorretrato ou da dança da moda, entretanto transformadas em máquinas de ‘marketing’ directo.



    Estes dois mundos são o palco do mundo moderno.



    E quem deseja mandar no mundo, no planeta, do país, município, aldeia ou grupo sabe que tem de usar estes canais e criar receitas que nos agradem.



    Este programa é sobre o cruzamento da arte da comunicação com o da política.



    Numa frase: a comunicação política e a política na comunicação.



    A convidada é Susana Salgado, investigadora deste campo do saber no Instituto das Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.



    Exploramos como os media e as redes sociais desempenham um papel crucial na maneira como as pessoas entendem a política e tomam decisões.



    A conversa aborda temas como a polarização, o efeito dos algoritmos das redes sociais e o impacto dos preconceitos cognitivos, que criam uma espécie de “bolha” em que cada um de nós vive, condicionando como recebemos e interpretamos as mensagens políticas.



    Um dos principais pontos de reflexão neste episódio é o impacto da comunicação polarizadora. Segundo ela, a política contemporânea tende a afastar os cidadãos do debate e a empurrá-los para os extremos, limitando a capacidade de entendimento e troca de ideias. Ela explora como, muitas vezes, os temas mais sensíveis ou “incómodos” são excluídos da discussão pública, não por falta de relevância, mas por uma espécie de censura social.



    Isso faz com que pessoas que partilham de opiniões não convencionais sejam empurradas para a margem, onde encontram espaço em movimentos ou partidos mais radicais.



    Esse fenómeno é reforçado pelas redes sociais, onde o anonimato e a liberdade de expressão permitem que as pessoas exponham visões mais extremas do que fariam em interações presenciais.



    Nesta conversa aprendi muito sobre o conceito de criação de agendas públicas.



    Em particular, como criar estratégias para colocar o nosso tema na agenda e criar percepções favoráveis ao nosso ponto de vista.



    Criar agenda, enquadrar factos e apontar o foco de luz para o que mais no interessa.



    Ou criar distrações para desviar a atenção geral para o que não nos interessa discutir.



    Susana Salgado explica como estas estratégias ajudam a moldar as perceções dos cidadãos, enfatizando certos temas e desviando a atenção de outros.



    Estes mecanismos são, segundo ela, particularmente eficazes para criar uma “máquina de perceções” onde o que ganha é visibilidade mediática, interpretada como sendo mais relevante, muitas vezes à custa de temas de interesse real para a população.



    Real ou percebido como real?



  • Hoje vamos dançar.



    A forma mais natural em que acertamos o nosso movimento ao ritmo dos sons ou até dos pensamentos.



    Sim, hoje acertamos os passo na arte humana da dança.



    Dos mais talentosos dos bailarinos ao mais descoordenado dos seres.



    Eu pecador de confesso. E por isso convidei o actor, coreógrafo e bailarino Bruno Rodrigues para me ensinar sobre o movimento do corpo.



    Sou o mais descoordenado dos seres a habitar sobre a terra.



    Poderia dizer que tenho dois pés esquerdos, o que até poderia ser elogioso porque até se dá o caso de eu ser canhoto.



    Por isso simplifico: não tenho jeitinho nenhum para dançar.



    O que me angustia porque o meu sentido de ritmo é bom. Acho eu. Sinto que sim. Ritmo dentro da minha cabeça. Depois os braços e as pernas é que não acompanham. Parecem ter vida própria, lançando no espaço pernas e braços num louco, levemente assustador e definitivamente esquisito movimento.



    E um dia conheci o Bruno.



    Num evento experimental sobre o movimento.



    E aprendi que todos temos uma espécie de biblioteca de movimentos. E nessa biblioteca estão os livros de instruções para nos mexermos. É só ler esses livros. Embora muitos de nós nem sequer nos atrevemos a pegar neles. Nos livros. Nas ancas, rótulas, ombros ou pescoço. Volto ao movimento.



    Basta respirar, diz ele, o Bruno, e o movimento aparece naturalmente.



    Esta conversa é sobre isso.



    Sobre o movimento. Sobre a maneira como dançamos.



    Na conversa saberemos como alguém descobre que a sua vocação, como experimenta e aprende sobre a arte da dança.



    Hoje é coreógrafo, actor e formador na área do movimento.



    Naturalmente falámos da maneira como o nosso corpo fala, como comunica.



    E de como a dança pode ser uma ferramenta social de inclusão e partilha.



    Aprendi que todos podemos dançar.



    E sabemos dançar. À nossa maneira, mas é uma maneira tão certa como qualquer outra. Saia lá daí, da frente do espelho. E liberte-se.



    Claro que depois há o bailado, como expressão plástica maior.



    A expressão do belo e do sublime.



    Afinal o uso do corpo para nos fazer sentir as emoções.



    O corpo como espelho da alma.



    O movimento e a dança como uma forma universal de nos entontarmos mutuamente.



    De olhos nos olhos.



    De mão na mão.



    Num compasso certo dos pés que seguem num movimento síncrono. Isto nas danças a dois.



    Mas também valem os grupos que dançam num concerto.



    Ou até aquele que dança sozinho na praia, sem música, apenas ao ritmo dos pensamentos.



    E tudo se move. E tudo dança. Até os planetas à volta do sol.



    Ou o sentir. Ao ritmo dos batimentos do coração.



    O ritmo primordial da dança da vida.



    Da Química à Dança: O Início da Jornada



    Inicialmente estudante de Engenharia Química, Bruno descobriu a dança por acaso, quando uma colega o convidou a experimentar uma aula. Essa experiência revelou-lhe um novo caminho, onde se sentiu verdadeiramente “em casa”. O que começou como uma simples curiosidade tornou-se rapidamente a sua paixão e carreira. No episódio, ele descreve o momento inicial, numa sexta-feira de outubro, que marcou o encontro com a dança. A sensação de “pertença” era tão intensa que ele a lembra com detalhes, incluindo as cores, os cheiros e a música daquela primeira aula.



    A Dança Como Forma de Comunicação e Intervenção



    Bruno vê a dança como uma linguagem universal, acessível a todos e não apenas a quem se dedica profissionalmente a esta arte. Para ele, todos dançam a partir do momento em que respiram, pois a base do movimento é a respiração. Ele explora a ideia de que a dança está presente nos pequenos gestos do dia a dia e que cada movimento entre duas poses ou “fotografias” forma uma coreografia única.



    O Movimento do Corpo e a Relação com a Identidade



    A entrevista toca em questões profundas sobre como o movimento expressa a relação de cada um consigo mesmo. Bruno reflete sobre a relação entre corpo e identidade, afirmando que a maneira como nos movemos espelha a nossa auto p...

  • O gesto é tudo. Ou quase tudo.



    No mundo onde o silêncio quase absoluto reina é o gesto que nos liga.



    Nesta edição falamos, ouvimos e gesticulamos.



    Um mergulho no mundo na língua que as pessoas surdas usam para ouvir e falar. A língua gestual portuguesa.



    Em cima de um palco, no cantinho da nossa televisão, numa aula na escola, numa consulta médica ou a responder num tribunal.



    A vida dos intérpretes de língua gestual portuguesa é uma correria entre todos os lugares do país onde alguém que não ouve, não aprendeu falar ou até a ler e escrever, precisa de entender o mundo.



    Conheci a Sofia Fernandes em cima do palco no auditório do IPO do Porto. Ela traduzia o que os vários participantes do evento diziam.



    A rapidez do gesto é fascinante. Não só das mãos.



    Todo o corpo participa. Gestos nos dedos, braços, ombros e a cara.



    Sim, as expressões faciais estão sempre a dizer qualquer coisa.



    A dizer o espanto, a dizer a alegria, a sofrer a tristeza.



    Naquele palco ouvi-a depois falar de viva voz.



    Da maneira como ajuda a comunidade das pessoas surdas a comunicar. A ouvir, se é que posso usar esta palavra, e a dizer o que quer. E o que ouvi não podia ficar só ali. Tinha de o partilhar convosco.



    Esta conversa é sobre comunicação. Todas as conversas do Pergunta Simples são sobre comunicação. Mas esta tem um nível de complexidade difícil de entender para quem ouve. Para os ouvintes regulares do ‘podcast’.



    Mas neste caso o programa não tem só áudio, ou vídeo, com legendas. Neste caso este episódio está também traduzido em lingua gestual graças à generosidade da Sofia. Pode ser visto em www.perguntasimples.com e nos YouTube desta vida.



    Portanto, não só veio contar tudo o que sabe, como, no fim ainda teve de trabalhar.



    Eu disse generosidade? Acrescento uma palavra: torrencial.



    E eu aprendi como se diz com um só gesto a mais bela palavra do mundo



    O QUE APRENDI NESTE EPISÓDIO



    A interpretação é muito mais do que traduzir palavras. Entendi que a língua gestual portuguesa não pode ser feita palavra por palavra porque é uma língua com gramática própria e ‘nuances’ específicas. O trabalho do intérprete é captar o sentido e adaptar o que está a ser dito, principalmente em temas complexos ou pouco familiares.



    Adaptar-se ao momento é essencial. Percebi que, em interpretações ao vivo, como num telejornal, o intérprete precisa de uma grande agilidade para adaptar o contexto e corrigir interpretações, quando necessário. Sofia explicou que, ao não perceber uma palavra ou perder uma parte da conversa, procura “proteger-se” e transmitir algo literal até conseguir encaixar o contexto completo.



    A carga emocional nas interpretações delicadas. Nas consultas médicas ou em audiências judiciais, o intérprete é obrigado a usar a primeira pessoa, dizendo “eu”. Esta proximidade com a situação pode ser emocionalmente exigente, especialmente ao lidar com histórias de dor ou sofrimento.



    A acessibilidade continua a ser uma grande barreira. A falta de intérpretes e de recursos acessíveis é evidente, e Sofia sublinhou a dependência que muitas pessoas surdas têm de amigos e conhecidos para fazer coisas simples, como ir ao médico ou tratar de assuntos burocráticos.



    Conhecer o contexto é chave. Quanto mais o intérprete entende o contexto, melhor consegue interpretar com fidelidade. Por exemplo, Sofia menciona como recorre a amigos surdos para confirmar se usa os gestos mais adequados, tornando a interpretação mais rica e natural.



    O impacto emocional e cultural do seu trabalho. A experiência de Sofia a interpretar um hino no estádio do Dragão revelou como momentos de grande visibilidade têm um impacto emocional e fortalecem a cultura surda. Percebi que a presença de intérpretes em momentos públicos dá poder à comunidade e fortalece a sua identidade.



    A língua gestual portuguesa é uma língua própria, não uma “linguagem”. Aprendi que há uma diferença entre língua e linguagem: enquanto a linguagem gestual é mais...

  • Hoje é dia de falar de saúde, máquinas inteligentes e líderes inspirados.



    Para o caso d ainda não terem notado as máquinas que falam connosco como se fossem humanas estão a invadir o nosso dia-a-dia.



    Seja numa página de ‘internet’, na relação com o nosso banco ou com uma qualquer empresa que nos fornece um serviço.



    Estes robôs são programados para serem simpáticos, perguntam muitas coisas e querem que carreguemos vezes infinitas em números no telemóvel ou que respondamos a mil perguntas.



    E lá vamos andando.



    São ainda bastante básicos e eu, confesso, quando fico sem paciência, repito para a máquina “quero falar com um ser humano.”



    Ora esses robôs estão também aparecer na área da saúde.



    E além deles há outros bastante mais espertos que conseguem organizar gigantescas quantidades de dados e até chegar a melhores conclusões que os humanos. Mas já la vamos.



    Este é um episódio com Ricardo Baptista Leite, um jovem médico português que integra a lista da Fundação Obama dos mais promissores líderes mundiais do futuro.



    Todos o conhecemos pelo seu percurso na política, mas agora trabalha no desenvolvimento e regulação da chamada “inteligência artificial”. Em particular na área da saúde.



    A tecnologia acelera e a dita “inteligência artificial” carrega algumas das mais interessantes promessas de que o mundo será melhor. Ainda com alguns pontos de interrogação, mas já com um vislumbre do que pode ser o futuro onde homem e máquina se fundem para funcionar melhor.



    Será o advento de uma nova espécie humana? Do homem biónico ou apenas do homem assistido pelas máquinas?



    Já para não pensar na assustadora ideia onde as máquinas passam a controlar tudo ao arrepio da decisão humana.



    Ricardo Baptista Leite traz-nos uma visão muito interessante sobre como a tecnologia pode transformar a nossa forma de viver e, sobretudo, o nosso sistema de saúde. Ele acredita que a inteligência artificial não é só mais uma moda, mas algo que pode realmente fazer a diferença na forma como diagnosticamos e tratamos doenças.



    amos falar de como as máquinas, em algumas áreas, já superam os médicos humanos na precisão e na rapidez dos diagnósticos, como na radiologia.



    E, ao mesmo tempo, exploremos os riscos. Será que esta tecnologia acabará por beneficiar apenas um pequeno grupo de pessoas, deixando muitos de fora?



    Na conversa falamos sobre a necessidade de mudarmos ou adaptarmos o nosso sistema de saúde. Ele acredita que trabalhamos reativamente, ou seja, a tratar a doença depois de ela aparecer, que é preciso uma viragem para um modelo mais proativo, focado na prevenção e na promoção da saúde.



    E sabem o que é curioso? O Ricardo acha que a inteligência artificial, se usada corretamente, pode ser a chave para essa mudança.



    Mas a nossa conversa não se fica apenas pela tecnologia. A empatia é outro tema importante que abordámos. Sabiam que, num estudo recente, os assistentes virtuais, os robôs, os chatbots, foram considerados mais empáticos que os próprios médicos?



    Sim, máquinas a mostrar mais empatia que humanos!



    Isso diz muito mais de nós humanos do que da habilidade das máquinas.



    Durante esta hora de conversa falámos muito sobre o futuro. Como ele vê a evolução dos cuidados de saúde com a introdução de tecnologias avançadas como a inteligência artificial?



    E o mais importante, como garantimos que essas inovações são usadas de forma ética e justa,



    TÓPICOS



    Nomeação para a Fundação Obama



    • Ricardo Batista Leite foi reconhecido como um dos futuros líderes pela Fundação Obama, integrando um grupo que aposta em mudanças sociais a partir das comunidades locais.



    De político a especialista em inteligência artificial



    • Ricardo Batista Leite fez uma transição da política para a área da inteligência artificial, explicando o potencial revolucionário desta tecnologia no setor da saúde.



    A promessa da tecnologia



    • Abordámos como grandes inovações tecnológicas nem sempre trazem benefícios para to...