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Olá designófilos!
Eis o sétimo episódio do Não Obstante, contando novamente com Felipe Ayres na edição, e aquarela de Marcos Beccari na vitrine. Neste programa, Marcos Beccari recebe Ivan Mizanzuk e Maurício Silva para conversar sobre possíveis relações entre filosofia e literatura. Geralmente a filosofia é associada a uma finalidade conceitual-abstrata, em oposição à literatura, cujo discurso é muitas vezes limitado a um registro poético-metafórico. Aqui essa (falsa) oposição é colocada em cheque, não para discutir e redefinir especificidades, mas justamente para relativizá-las: filosofia e literatura como sendo apenas modos distintos de uma mesma dinâmica de criação e expressão artísticas. De um lado, como insistia Deleuze, a filosofia pode ser encarada como uma operação mais criativa do que reflexiva; de outro, a literatura nunca prescindiu de reflexões filosóficas, ainda que sem se restringir a isso. Assim, a conversa pautou-se no entrelaçamento destes dois discursos historicamente distintos, mas que sempre estiveram de alguma forma ancorados um ao outro.
>> 0h07min28seg Pauta Principal
>> 1h37min02seg Música de encerramento: “Early to Bed ”, da banda Morphine.
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Olá designófilos!
Pela primeira vez com um feed próprio [feed.naoobstante.com], eis o sexto episódio do Não Obstante, contando novamente com Felipe Ayres na edição (agora devidamente remunerado pelo Patreon do AntiCast) e com Marcos Beccari assinando a arte da vitrine.
Neste programa, Marcos Beccari, Rafael Ancara e Daniel B. Portugal conversam sobre a Tese de Doutorado deste último, intitulada As bestas dentro de nós, e defendida na Escola de Comunicação da UFRJ, sob orientação de Paulo Vaz. O tema da tese são os constructos psicológico-morais que, ao longo da cultura ocidental, ganharam o estatuto de “mal em nós”. Esses consctructos são, portanto, inimigos imaginários ou hóspedes indesejáveis em nossa mente, normalmente criados para explicar porque nossa existência imperfeita não corresponde a uma existência plena idealizada. Quando este é o caso, as bestas dentro de nós se tornam pontos de sustentação de morais idealistas que pretendem estabelecer valores e caminhos universais de redenção (basta fazer o que os "sacerdotes" mandarem).
O argumento da Tese é o de que esse tipo de visão idealista bestializadora promove uma ética despotencializadora do sujeito. Em oposição a ela, a tese defende, com base principalmente no pensamento de Nietzsche, uma ética afirmativa e criativa, que nos permite encarar de frente nossa situação existencial precária e nossa finitude.
» 0h05min04seg Pauta principal
» 2h05min00seg Música de Encerramento: Mogwai - Hexon Bogon
Links:
Tese do Daniel: http://filosofiadodesign.com/wp-content/uploads/2015/03/As-bestas-dentro-de-no%CC%81s-Daniel-Portugal-tese-de-doutorado.pdf. -
lá designófilos!
Pela primeira vez cumprindo com a prometida periodicidade mensal, eis o quarto episódio do Não Obstante, contando novamente com Felipe Ayres na edição e com Marcos Beccari assinando a arte da vitrine. Durante a gravação, o microfone do Beccari estava com problemas, então sua voz ficou um pouco "estourada", nos desculpem! Já resolvemos isso para os próximos episódios.
Neste programa, Daniel Portugal acompanha Marcos Beccari numa conversa com Rogério de Almeida, professor doutor na FE-USP, sobre sua pesquisa acerca da filosofia de Machado de Assis. Sim, Machado também pode ser visto como filósofo! No decorrer do papo, sua expressão filosófica é resgatada em sua própria obra literária, uma obra que enaltece a relativização das referências de sentido, o questionamento da crença, a adesão às circunstâncias, o reconhecimento do espetáculo das opiniões e das convenções sociais. Como afirmar o caráter efêmero da vida e das contradições humanas? Como fazer coincidir uma realidade indiferente e nossa vontade de vivê-la? Essas e outras questões são levantadas para revisitarmos a proposta trágica de um dos mais profícuos escritores brasileiros, proposta essa que se vale das noções de nada, acaso e convenção enquanto coordenadas filosóficas para a afirmação da vida. -
Olá designófilos!
A partir de hoje vocês terão acesso a um novo podcast dentro do feed do AntiCast. Trata-se do Não Obstante, um bate-papo conduzido por Marcos Beccari e Daniel B. Portugal (contando com a edição de Felipe Ayres), fruto de uma parceira do Anticast com o Filosofia do Design. Sua proposta é essencialmente a de pensar o design a partir da filosofia e das ciências humanas, absorvendo e aprofundando parte da linha temática que o AntiCast já contempla em sua programação: a questão da filosofia do design.
Neste programa piloto, contamos com a presença de Ivan Mizanzuk e do convidado Rogério de Almeida, professor doutor da FE-USP, para debatermos sobre da atual condição de "saúde" da filosofia – alguns acham que ela não vai bem e outros que ela até já passou desta para melhor. Os participantes fazem comentários sobre o percurso da filosofia, de Platão a filósofos contemporâneos como Michel Onfray, Andre Comte-Sponville e Peter Sloterdijk, e até invocam participantes imaginários, como o infame “ouvinte revoltado”. -
Neste programa, conversamos novamente com o prof. Rogério de Almeida, da USP, desta vez explorando as relações entre os estudos do imaginário e a filosofia trágica. Falamos sobre os regimes diurno e noturno do imaginário, ligando-os a algumas formas possíveis de encarar nossos corpos e desejos e de pensar sobre a natureza e a civilização. Arriscando despertar a fúria dos ecofílicos de plantão, sugerimos que a Natureza não existe – isto é, não existe como distinta do humano; ela ou inclui o humano e tudo que dele provém, ou aparece apenas como uma categoria negativa: o outro da civilização. Nesse segundo sentido, ela só existe, portanto, como um Ideal, a mais nova versão do paraíso terrestre – é o que nos resta, já que, como se sabe, Deus está morto! Como todos os Ideais com I maiúsculo, porém, também este mais belo dos Ideais, a Natureza perfeita e intocada, é erigido subrepticiamente sobre o Nada – afinal, como diz Nietzsche, o homem prefere ainda querer o nada a nada querer... A filosofia trágica, por sua vez, propõe que olhemos de frente esse Nada e afirmemos a vida assim mesmo – é afirmando esse Nada, afinal, que podemos conquistar a liberdade mais radical e erigir, com um riso nos lábios, ideais que não têm I maiúsculo porque não buscam o Além.
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Neste programa, Marcos Beccari e Daniel B. Portugal recebem Antonio Edmilson Paschoal para conversar sobre seu último livro Nietzsche e o ressentimento (Humanitas, 2014).
Edmilson Paschoal é doutor em filosofia pela UNICAMP, com estágio pós-doutoral na Universität Leipzig e na Ernst Moritz Arndt Universität Greifswal, professor da UFPR e pesquisador do CNPq.
Edição: Felipe Ayres
Arte da vitrine: Marcos Beccari
>> 0h06min00seg Pauta Principal
>> 1h32min26seg Música de encerramento: "Dust and Echoes", da banda God is an Astronaut.
Links
Página do livro Nietzsche e o ressentimento no site da Livraria Cultura: http://www.livrariacultura.com.br/p/nietzsche-e-o-ressentimento-42890998
Artigo As formas do ressentimento na filosofia de Nietzsche: http://filosofiadodesign.com/wp-content/uploads/2015/06/PASCHOAL_Ressentimento-em-Nietzsche.pdf
Artigo A superação do ressentimento na filosofia de Nietzsche: http://www2.pucpr.br/reol/index.php/ESTUDOSNIETZSCHE?dd1=12221&dd99=view
Artigo Dostoiévski e Nietzsche: anotações em torno do “homem do ressentimento”: http://www2.pucpr.br/reol/index.php/ESTUDOSNIETZSCHE?dd1=4338&dd99=view
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Olá designófilos!
Eis o oitavo episódio do Não Obstante, contando novamente com Felipe Ayres na edição e com a arte de Marcos Beccari na vitrine. Neste programa, Marcos Beccari e Daniel B. Portugal recebem Rogério de Almeida (USP) e André Martins (UFRJ) para conversar sobre a filosofia de Clément Rosset (que orientou André Martins no doutorado). Nascido em 1939 na França, Rosset lecionou filosofia na Université de Nice e, desde 1998, vive em Paris, onde dá continuidade a uma produção filosófica que prega a afirmação alegre e incondicional do real. Sua filosofia trágica, herdeira de pensadores como Lucrécio, Montaigne e Nietzsche, consiste em evidenciar a coincidência do real consigo mesmo, contra quaisquer outras instâncias (histórica, metafísica, lógica etc.).
Com uma obra de mais de trinta livros, Rosset é um dos mais influentes autores na França e, embora traduzido em diversas línguas, possui apenas cinco publicações no Brasil: A anti-natureza (Espaço e tempo, 1989), Princípio de crueldade (Rocco, 1989), Lógica do pior (Espaço e tempo, 1989), O real e seu duplo: ensaio sobre a ilusão (L&PM, 1999) e Alegria: a força maior (Relume Dumará, 2000).
>> 0h07min28seg Pauta Principal
>> 1h20min06seg Música de encerramento: Karmacoma - Massive Attack
Citações de Clément Rosset narradas no decorrer do programa:
Prefácio à edição brasileira de Lógica do Pior (Rio de Janeiro: Espaço e tempo, 1989, p. 8)
O real e seu duplo: ensaio sobre a ilusão (Rio de Janeiro: José Olympio, 2008, p. 119)
Lógica do Pior (Rio de Janeiro: Espaço e tempo, 1989, p. 45)
Fantasmagorías: seguido de lo real, lo imaginario y lo ilusorio (Madrid: Abada, 2006, p. 116)
Alegria: a força maior (Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2000, p. 41)
Lógica do Pior (Rio de Janeiro: Espaço e tempo, 1989, quarta-capa).
Links
Site oficial de Clément Rosset: http://clementrosset.com/.
Atelier Clément Rosset (blog gerenciado por Nicolas Delon): http://clementrosset.blogspot.com/.
Digitalização integral do livro Lógica do Pior: http://www.rogerioa.com/resources/Pós/RossetL.pdf
Artigo Imagem e sua Imanência em Clément Rosset, de André Martins: http://filosofiadodesign.com/wp-content/uploads/2015/05/MARTINS_imagem-e-imanencia-ROSSET.pdf.
Artigo Considerações sobre as bases de uma filosofia trágica, de Rogério de Almeida: http://www3.brazcubas.br/ojs2/index.php/dialogos/article/view/37.
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