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Um policial militar sem qualquer experiência ou qualificação na área da saúde se apresenta à CPI da Covid como intermediário de uma empresa que ofereceu 400 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca ao governo Bolsonaro num negócio bilionário, ouvindo em resposta um gordo pedido de propina. Em condições minimamente normais, Luiz Paulo Dominguetti, o depoente desta quinta-feira, “não passaria da portaria do ministério”, observa Vera Magalhães, colunista do jornal O Globo, comentarista da rádio CBN e apresentadora do programa Roda Viva, da TV Cultura. “Mas não só passou como foi a três reuniões”. Mesmo com muito ainda por ser esclarecido, a história de Dominguetti é reveladora do modus operandi do governo Bolsonaro em relação às vacinas. E tem elementos em comum com encrencas ainda maiores, como a que resultou na suspensão do contrato de compra da indiana Covaxin e derrubou o diretor de logística Roberto Dias. “O que se tem é um ambiente propício a esse tipo de personagem e a toda sorte de negociata”, analisa Vera. E em flagrante contraste com o longo período de desinteresse oficial pelas ofertas da Pfizer e do consórcio Covax Facility, bem como de campanha do presidente da República contra a Coronavac. Na conversa com Renata Lo Prete, Vera trata ainda da união estável entre indicados do Centrão e militares no Ministério da Saúde, visível em vários casos agora investigados pela CPI.
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Quando Naomi Munakata morreu aos 64 anos, em março do ano passado, o Brasil contava 77 vítimas do novo coronavírus. Com a maestrina do coro do Teatro Municipal de São Paulo se foi uma vida inteira dedicada ao aprendizado e ao ensino da música em patamar de excelência. “Ela foi a figura mais importante de sua geração no canto coral brasileiro”, resume Maíra Ferreira, substituta de Naomi -- que a ex-assistente considera insubstituível. “A falta que ela faz... nossa, eu nem consigo medir”. Claudio Considera resolveu tentar. Inspirado em trajetórias como a de Naomi, o economista do FGV Ibre procurou mensurar o impacto das mortes da pandemia para o país. E chegou a um valor de pelo menos R$ 5,9 bilhões anuais, considerando brasileiros da faixa entre 20 e 69 anos. Ele mesmo reconhece que isso é só o começo da história: tem ainda as habilidades, o conhecimento e a experiência dessas pessoas, além da desestruturação de famílias que perdem seu arrimo de renda.
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Diferentes depoimentos à CPI da Covid vão identificando os personagens que Jair Bolsonaro ouviu e seguiu enquanto dispensava dois ministros da Saúde e transformava o terceiro em despachante dos conselhos e interesses dessa turma. “São três grupos claros de influência”, diz o jornalista Octavio Guedes, comentarista da GloboNews. “Um liderado pelo empresário Carlos Wizard, outro pelo [ex-assessor palaciano] Arthur Weintraub e um terceiro pelo gabinete do ódio, com participação do Carlos Bolsonaro. Além da participação-chave do deputado Osmar Terra”, resume. Para Guedes, é no mínimo impreciso dizer que esses personagens atuavam “nas sombras”, como se ouviu de senadores da comissão. Pelo menos a partir da gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, foram eles que que deram as cartas -- do incentivo ao uso de cloroquina à aposta velada na imunidade de rebanho por contágio. No depoimento da secretária Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”, o jornalista enxergou “um outro efeito colateral” do remédio: “a cegueira deliberada diante da realidade”.
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Projetos de lei para privatizar a principal estatal de energia elétrica emperraram tanto no governo Temer quanto no atual. Agora a ideia avança por meio de Medida Provisória -- que os deputados reconfiguraram antes de aprovar. Em vez de estimular a competição, o texto que saiu da Câmara estabelece várias reservas de mercado para interesses específicos, notadamente das usinas termoelétricas (que geram energia mais cara e mais suja). “A conta irá recair sobre os consumidores”, resume Daniel Rittner, repórter especial do jornal Valor Econômico. Derrotada também nessa matéria, a equipe econômica se conformou, diz ele: “Estão no modo ‘privatiza de qualquer jeito’. Precisam de uma agenda para apresentar à Faria Lima em 2022”. Renata Lo Prete conversa também com Maurício Tolmasquim, ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética e professor do Programa de Planejamento Energético da UFRJ. Ele espera que o Senado entenda e modifique a MP que passou na outra Casa legislativa -- a qual, na avaliação de Tolmasquim, “não faz sentido nem do ponto de vista ambiental e nem do ponto de vista do consumidor”.
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Foram cerca de 30 horas de viagem. Tempestades atrapalharam o trajeto e mudaram o destino final algumas vezes. As bagagens ficaram para trás. Essa situação poderia ser a aventura de um migrante tentando cruzar a fronteira do México para os EUA, mas isso aconteceu na verdade com a equipe de reportagem do Fantástico ao ir de Nova York para a cidade de Laredo, no Texas. As dificuldades que o repórter Felipe Santana e o repórter cinematográfico Alex Carvalho enfrentaram foram o prelúdio para o flagrante que registraram logo em seguida, quando finalmente chegaram às margens do Rio Grande, onde coiotes fazem a travessia de dezenas de pessoas em barcos infláveis durante a madrugada. Em abril de 2021 foi registrado o maior fluxo de imigrantes dos últimos 20 na fronteira entre o México e os Estados Unidos: mais de 178 mil pessoas foram detidas tentando cruzar ilegalmente do país latino para o americano. O que chama atenção, desta vez, é a face juvenil de quase metade destas pessoas. Muitos são menores de idade desacompanhados, ou mesmo crianças e bebês entregues aos coiotes para que sejam deixados em solo americano. É a tentativa desesperada de uma mudança de vida, de um asilo migratório no país mais desenvolvido do mundo. Neste episódio do podcast Isso É Fantástico, o apresentador Murilo Salviano conversa com Felipe Santana, ouvindo outros detalhes e bastidores da reportagem, que foi também para o lado mexicano ver qual o destino das pessoas que são deportadas.
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Na fase 1, o Executivo agiu praticamente sozinho, nos termos explicitados por Ricardo Salles na inesquecível reunião ministerial de 22 de abril do ano passado: “é só parecer e caneta, parecer e caneta”. “Nos primeiros dois anos, a boiada passou por decreto. Com a troca no comando da Câmara e o Centrão mais próximo do Planalto, passa por lei”, explica Suely Araújo, especialista-sênior em Políticas Públicas do Observatório do Clima e presidente do Ibama entre 2016 e 2018. Em entrevista a Renata Lo Prete, a advogada diz que não se trata de mudança trivial: “É muito mais difícil reverter”. Ela se refere, antes de tudo, ao recém-aprovado projeto do licenciamento, que promove um “liberou geral” classificado por Suely como “a mãe de todas as boiadas”. Mas não só: vem aí, com incentivo do governo e expressivo respaldo parlamentar, nova tentativa de emplacar o PL da grilagem de terras. Suely fala também dos relatos de perseguição do próprio Ministério do Meio Ambiente a funcionários do Ibama, no exato momento em que Salles cai de vez na mira da PF por suspeita de envolvimento num esquema para facilitar exportação de madeira extraída de forma ilegal. “O governo burocratiza o processo para inviabilizar autuações. A intenção só pode ser dificultar a aplicação de multas”, conclui.
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Da diluição do licenciamento ambiental ao sinal verde para a venda da Eletrobras, contemplando ainda uma alteração no regimento que reduziu a margem de manobra da minoria, os deputados estão votando matérias em série, enquanto o governo tenta erguer um muro de contenção de danos na comissão em que senadores investigam a gestão da pandemia. Para completar, o depoimento de Eduardo Pazuello coincidiu com a operação que coloca na mira da PF um outro personagem próximo de Jair Bolsonaro: o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Em entrevista a Renata Lo Prete, o filósofo Marcos Nobre liga todos esses pontos para traçar o quadro político do momento e o que ele projeta para 2022. “É um presidencialismo de coalização secreto”, afirma o professor da Unicamp e presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). A expressão se refere a um outro elemento da conjuntura: o recém-revelado Orçamento paralelo para atender aliados do Planalto no Congresso. Para Nobre, esse expediente tem permitido a Bolsonaro manter uma base parlamentar mais sólida do que muitos imaginavam. E a CPI ainda está por mostrar quanto dano pode causar ao presidente. Por enquanto, avalia o professor, a narrativa bolsonarista sobre o enfrentamento da Covid “seduz entre 25% e 30% do eleitorado”. “O suficiente para levá-lo ao segundo turno no ano que vem”.
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{PART II} Pedimos licença ao Ben Curtis do Notes In Spanish e gravamos um episódio live inspirado no artigo dele. Vem se inspirar a adotar hábitos saudáveis! Press play!
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Para quem estava protegido por um habeas corpus, o ex-ministro da Saúde até que falou bastante. Mas basicamente para se desviar de culpa e blindar o presidente, para isso falseando a realidade em diversos temas -- da compra de vacinas ao investimento na ineficaz cloroquina. “Ele foi disposto a matar no peito, mas derrapou”, analisa Natuza Nery, comentarista da GloboNews e apresentadora do Papo de Política. Ela e Renata Lo Prete examinam, neste episódio, o primeiro dia do mais aguardado depoimento à CPI da Covid. Tratam do desempenho do relator Renan Calheiros (considerado mais brando do que com outros convocados) e do senador Flavio Bolsonaro (que, mesmo não pertencendo à CPI, tem atuado como uma espécie de cão-de-guarda do pai nas sessões). Elas também destacam a tentativa de Pazuello de sugerir que haveria dois governos paralelos, um das redes sociais e outro das ações concretas (e que este último nada teria feito de errado). Para Natuza, isso dificilmente livrará o general de responsabilização. “Será difícil ele se defender, principalmente sobre o que aconteceu em Manaus”.
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No final de semana, mais de 6 milhões foram às urnas para escolher os 155 representantes encarregados de elaborar a Carta que irá aposentar aquela vigente desde a ditadura do general Augusto Pinochet. O resultado foi um baque para o sistema político tradicional: a coalizão de direita que sustenta o presidente Sebastián Piñera não fez nem um terço dos votos, e os independentes (muitos sem filiação partidária) terão a maior parcela das cadeiras. “Se pudermos esboçar um perfil, os vencedores têm em torno de 45 anos, muitos são advogados e vêm de escolas públicas. E entre as pautas em comum estão obrigar o Estado a fornecer e distribuir água e promover a equidade de gênero”, explica Camilla Viegas, correspondente da GloboNews em Santiago. Em conversa com Renata Lo Prete, ela descreve o novo desenho do tabuleiro político e detalha o calendário que o país tem pela frente: prazo máximo de um ano para elaborar a Carta (que depois irá a plebiscito) e, antes, eleição presidencial (novembro deste ano). “O que sobreviveu na atual Constituição, depois da transição democrática, foi um consenso liberal”, agora em xeque, analisa o doutor em história política Leandro Gavião, professor da Universidade Católica de Petrópolis. Ele diz que, agora, a bússola está “mais inclinada para a esquerda”, em defesa da “construção de um regime de bem-estar social com ampliação de serviços de acesso básico”, e também de “pautas difusas do século 21”.
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Desde 2014, a tensão não escalava tanto entre israelenses e palestinos. Já são mais de sete dias de mísseis rasgando o céu, explosões e mortes: 10 em Israel e mais de 200 na Faixa de Gaza. Apesar de apelos da comunidade internacional, a perspectiva é de mais ataques. “O clima é tenso”, resume a jornalista Laura Capelhuchnik, que vive em Tel Aviv e esteve em Jerusalém durante o primeiro dia de hostilidades. Em entrevista a Renata Lo Prete, Laura conta como soube do disparo do primeiro míssil contra a capital israelense e explica como uma série de eventos ocorridos em maio levou ao que vemos agora -- entre eles, datas religiosas e uma ação que pode despejar quase mil palestinos no distrito árabe de Jerusalém. “Não vejo cessar-fogo no horizonte”, analisa o historiador Michel Gherman, coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos da UFRJ e diretor-acadêmico do Instituto Brasil-Israel. Para Michel, enquanto o Hamas, grupo extremista responsável pelos bombardeios, usa os ataques como forma de devolver a questão palestina ao debate global, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, se amarra a uma lógica política interna a fim de desarticular a coalizão que tenta tirá-lo do poder. “Para ele, é importante manter o conflito e tornar a oposição irrelevante. Para o Hamas, é uma forma de se consolidar como resistência a Israel”.
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O percentual fala por si: de quase um bilhão e meio de doses já aplicadas de imunizantes contra a Covid-19, apenas 0,3% foram parar nos braços de pessoas que vivem em países pobres. No esforço para atacar essa brutal desigualdade, a proposta de suspender as patentes ganha corpo, com inédito apoio dos Estados Unidos. Neste episódio do podcast, Renata Lo Prete entrevista a economista Monica de Bolle, professora da Universidade Johns Hopkins, para avaliar viabilidade e eficácia da ideia, à luz da emergência sanitária. Especializada em imunologia e genética por Harvard, Monica não deixa de enxergar vantagens de médio e longo prazos na quebra de patentes e na transferência de propriedade intelectual. Mas é clara: “Não resolve o problema agora”. E o que resolve então? “A única forma são países com excesso de doses enviarem para aqueles onde há falta”. Ela reconhece que isso nunca foi feito na escala necessária nesta pandemia. Mas diz que a saída passa necessariamente pela cooperação global. “Temos mecanismos de coordenação, como OMS, G-20 e OMC. É preciso colocar as autoridades na mesa para negociar.”
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O depoimento de Carlos Murillo, gerente-geral da Pfizer na América Latina, confirma e detalha um capítulo essencial para entender o saldo trágico da pandemia no país: o pouco caso do governo diante de ofertas de imunizantes que lhe foram feitas. O executivo falou à comissão no mesmo dia em que o ex-ministro Eduardo Pazuello recorreu à Justiça para não falar. Enquanto isso, o ritmo de vacinação cai pela metade, entre outros motivos porque, em pelo menos 20 capitais, falta Coronavac para a segunda dose. “O ritmo está aquém da necessidade. Além de prejuízo aos não-vacinados, isso mina a confiança no programa”, diz o infectologista Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações. Em entrevista a Renata Lo Prete, ele lembra que atrasos e interrupções resultam em mais hospitalizações e mortes, além de aumentar o risco de surgimento de novas variantes. “Temos capacidade de vacinar até mais de 2 milhões de pessoas por dia. Nosso limitador é a quantidade de doses”. Participa também a jornalista Mariana Varella, editora do Portal Dráuzio Varella. É ela quem analisa, ponto a ponto, a relevância do depoimento do representante da Pfizer e os rombos que ele causa no casco do discurso governista.
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O ex-secretário de Comunicação Social compareceu à comissão disposto a proteger o presidente. Mas caiu em contradições e acabou por criar pelo menos dois problemas para o ex-chefe: admitiu que o governo deixou sem resposta, por pelo menos dois meses, uma volumosa oferta de vacinas da Pfizer (da qual apresentou prova documental); e que existia no Planalto uma estrutura paralela, ao largo do Ministério da Saúde, para assuntos da pandemia. Por mentir aos senadores, foi ameaçado de prisão, movimento que abriu espaço para ataque aberto (e rebatido) do senador Flavio Bolsonaro ao relator da CPI, Renan Calheiros. Neste episódio, Renata Lo Prete conversa com o jornalista Thomas Traumann sobre as implicações do mais atritado e turbulento depoimento da CPI até agora. Wajngarten “não percebeu a importância do que apresentou”, avalia Thomas. “É a prova de que o governo inteiro (presidente, vice e ministro da Economia, entre outros) foi negligente na compra de vacinas”. Para o jornalista, a ofensiva do filho do presidente foi “uma declaração de guerra” de quem já espera o pior do relatório final da CPI.
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A precarização começou com a crise econômica, em 2015, e se aprofundou no governo Bolsonaro, que desde o início hostilizou essas instituições com palavras e gestos. Depois de quase dois anos e meio de drenagem de recursos, e diante do bloqueio de parte do minguado Orçamento de 2021, reitores alertam: se não houver algum socorro, a partir de julho as universidades federais não terão dinheiro nem para pagar as contas mais básicas. “A maioria não consegue funcionar até o fim do ano”, sustenta Edward Madureira, reitor da federal de Goiás e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Em entrevista a Renata Lo Prete, ele detalha as consequências desse apagão. “As universidades estão ameaçadas até de ficar sem energia. Imagine isso com milhares de pesquisas em andamento, inclusive relativas à Covid-19”. Participa também do episódio Úrsula Dias Peres, professora de Gestão de Políticas Públicas na USP e pesquisadora do Centro de Estudos da Metrópole. É dela a previsão para o médio prazo: “Se nada mudar, perderemos professores capacitados e será reduzido o número de vagas”.
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O homem mais velho a assumir a Presidência dos Estados Unidos chega ao primeiro marco temporal de seu governo com um feito que ninguém questiona: a vacinação em massa dos americanos contra a Covid-19. Não por acaso, foi esse o primeiro item do discurso de Joe Biden nesta quarta no Congresso. “A América avança novamente”, disse ele. Como peça de resistência do pronunciamento, a apresentação de mais um pacote de investimento público pesado, desta vez com foco em educação e ajuda às famílias. Biden passou pelos principais temas do período inaugural de seu mandato: da reinserção americana em esforços globais, como o Acordo de Paris, à defesa da transição para uma economia verde; da violência policial ao controle de armas. Temas que estão na conversa de Renata Lo Prete com Claudia Antunes, editora de Internacional do jornal O Globo. Ela analisa cada um dos tópicos e ainda explica como as eleições de meio de mandato, no ano que vem, podem impactar as ambições de Biden. “Ele não atiça a polarização, mas ao mesmo tempo quer estabelecer uma marca que mantenha o voto que teve, tanto no eleitorado democrata quanto no independente. E mirando até alguns republicanos".
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Queria propor uma reflexão para vocês que me assistem: será que a gente reage a partir da realidade ou a partir do que a mídia e redes nos apresentam como realidade? Até que ponto somos manipulados a nos revoltar? E manipulados para ficar calmos? Estamos aí na iminência de uma CPI sendo aberta para investigar a omissão do governo federal na pandemia e nem parece. Esse clima mais ameno, será que não é de propósito? Fica a dúvida.
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Entre as áreas atingidas pelo facão do governo Bolsonaro no Orçamento de 2021, poucas perderam tanto quanto o financiamento de moradia para as famílias de menor renda: 98% dos recursos foram cortados. José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, explica neste episódio que a paralisia será imediata e atingirá obras em andamento, ceifando, de saída, mais de 250 mil empregos. “O diálogo com as pessoas que lidam diretamente com o Orçamento é muito difícil. Nossa esperança é o Congresso”, diz. Participa também o urbanista Nabil Bonduki, professor da USP e ex-vereador paulistano. “O problema da habitação ganhou ainda mais importância na pandemia. Com diretrizes sanitárias como ficar em casa e lavar as mãos, fica evidente o problema para quem não tem casa ou vive em uma com água intermitente", afirma. “Um programa de habitação precisa responder a três questões que estão na agenda do país: o problema sanitário, a redução da desigualdade e geração de empregos.
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Um número diário de novos casos sem precedente em qualquer outro país, já tendo superado 350 mil. Variantes do vírus alimentando o contágio. Colapso dos hospitais, pacientes morrendo por falta de oxigênio, disparada de sepultamentos e cremações. E desconfiança generalizada de que a contagem de óbitos - na casa dos 200 mil - esteja seriamente subestimada. “Não dava para imaginar que ficaria tão grave. No dia a dia, a mensagem era de que o pior já havia passado”, conta o repórter da Globo Álvaro Pereira Jr., que esteve nas cidades de Nova Délhi e Pune no início de março, como parte das gravações para o documentário “A corrida das vacinas”. De fato, a situação saiu de controle em poucas semanas, disparando alerta global, porque o país é grande produtor do que o mundo inteiro quer. “Se o Brasil ainda esperava receber vacinas prontas da Índia, pode tirar o cavalo da chuva”, alerta o jornalista. Isso porque a prioridade do país, agora, será acelerar a imunização de sua população -inferior em tamanho apenas à da China. Também neste episódio, Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV, explica por que o país asiático está recebendo ajuda internacional em escala a que o Brasil nem de longe tem acesso: “Ela é aliada dos EUA para conter a China e peça-chave na distribuição global de vacinas”.
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No segundo episódio do GPS Político conversei com o deputado federal pelo Rio de Janeiro e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Falamos sobre o seu papel na condução da Câmara no ano passado e ouvi dele quais suas convicções políticas e qual o lugar na nossa régua que ele melhor se encaixa.
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